Este ano, a cidade que vai sediar, no dia 03 de junho, a Campanha ‘Eu viro Carranca para defender o Velho Chico’ na região do Baixo São Francisco será São Brás, em Alagoas. Situado às margens do rio São Francisco, o município nasceu a partir de uma pequena povoação ribeirinha próxima ao Velho Chico e era pertencente a Porto Real do Colégio (AL).
Suas terras, antes habitadas pelos índios das tribos Tupinambás, Carapotás, Aconás e Cariris, começaram a ser colonizadas com a presença dos bandeirantes a partir do século XVII, quando surgiram várias fazendas de gado. Com 133 anos de fundação, São Brás possui aproximadamente 6.977 habitantes.
No aspecto turístico, a cidade de São Brás dispõe de um museu ambiental do rio São Francisco, grupos locais de tradição cultural, belas paisagens atreladas ao rio São Francisco, prainhas banhadas pelo Velho Chico, templos religiosos com destaque para a Igreja Matriz de São Brás e uma comunidade acolhedora.
Atualmente, encontra-se em curso um projeto de revitalização e implantação de um canal que passa ao lado do município. Já na área educacional são realizadas ações de orientação e conscientização da comunidade escolar, principalmente ações ligadas à preservação e cuidados com o meio ambiente.
De acordo com o presidente do Comitê, Maciel Oliveira, este ano a campanha ‘Eu viro Carranca para defender o Velho Chico’ trará muitos debates importantes, relativos a questões ambientais, em diversas regiões do país. As outras cidades que receberão os eventos são Felixlândia (MG – Alto SF), Paratinga (BA – Médio SF), Floresta (PE – Submédio SF). “O evento, que ocorrerá em 03 de junho, está com uma expectativa de grande mobilização de autoridades, instituições, políticos e pessoas unidas em defesa do Velho Chico. Esperamos ter, com este grande evento, a visibilidade das bandeiras relacionadas ao rio São Francisco em todas as esferas”, pontuou.
Segundo o prefeito de São Brás, Klinger Quirino, com a campanha ‘Eu viro Carranca para defender o Velho Chico’, o município renovará seu compromisso com os cuidados em relação ao rio São Francisco, onde irá proporcionar ações ligadas a cultura, conscientização e participação popular e coletiva, envolvendo toda a comunidade em geral, importantes atores nesse processo. “A expectativa para a campanha é grande. Esperamos um evento satisfatório que envolverá a comunidade e atingirá o objetivo de orientar ainda mais a população para a preservação deste rio que tanto contribui para nossa região”, disse.
Sobre a Campanha
Este ano a campanha completa dez anos e já faz parte do calendário anual de eventos. Tem como principal objetivo dar visibilidade aos povos tradicionais da bacia. São eles: quilombolas, indígenas, comunidades de fundo de pasto, pescadores artesanais, ribeirinhos, sertanejos, vazanteiros, caatingueiros, geraizeiros, extrativistas, ciganos, povos de terreiros, dentre outros.
A campanha tem o intuito de mobilizar os diversos setores da sociedade para a necessidade urgente de revitalização do rio. Entre as exigências estão a criação de novas políticas públicas para as comunidades tradicionais que, de acordo com a campanha, viveram dentro um processo histórico de condições de desigualdade, isolamento geográfico e/ou cultural, tendo pouco acesso às políticas de cunho universal.
Para o coordenador da Câmara Consultiva Regional do Baixo São Francisco (CCR Baixo SF), Anivaldo Miranda, essa edição vai acontecer em uma conjuntura institucional muito desafiante para a gestão dos recursos hídricos, visto que há todo uma movimentação política voltada para o esvaziamento do Ministério do Meio Ambiente. “Portanto, é urgente que no Dia Nacional em Defesa do Velho Chico algumas demandas sejam destacadas, em primeiro lugar a nossa reivindicação de que a Agência Nacional de Águas continue abrigada no Ministério do Meio Ambiente, em segundo lugar que o cadastro ambiental rural também continue nos marcos do Ministério do Meio Ambiente, em terceiro lugar que o Programa da Revitalização seja retomado com urgência e, em quarto lugar só para pontuar algumas das nossas bandeiras reivindicatórias reafirmar a defesa da Lei Nacional nº 9.433 e a defesa da política democrática e participativa de gestão das águas”, finalizou.