A parceria entre as Polícias Científica e Civil nos locais de levantamento dos crimes tem colaborado com o resultado positivo na redução dos índices de criminalidade em Alagoas. A integração entre essas forças de segurança estadual permite mais agilidade na resolução de inquéritos policiais.
Para mostrar esse trabalho conjunto, peritos criminais participaram de uma aula do curso de formação dos agentes e escrivães da Polícia Civil de Alagoas na terça-feira (13). O convite foi feito pela delegada Bárbara Arraes, responsável pela disciplina que aborda crimes contra a criança e o adolescente.
“Hoje, tanto na parte de informática quanto na de DNA, temos muitas provas na investigação de crimes contra a criança e o adolescente. É importantíssima a atuação integrada entre os dois órgãos da Segurança Pública”, explicou a delegada.
A chefe do Laboratório Forense Rosana Coutinho, que foi uma das palestrantes, reforçou o valor da instrução para os novos profissionais que passarão a atuar em investigações futuras. A perita fez uma apresentação sobre a estrutura atual e a competência dos peritos que atuam nos laboratórios que funcionam no Instituto de Criminalística.
“Explicamos a eles, o que a perícia criminal pode oferecer, os tipos de exames que podem ser utilizados para solucionar determinados tipos de crimes, e a forma correta de solicitar os exames para que as perícias sejam mais completas e objetivas. Por isso, a importância da interação, a conversa e diálogo entre os delegados e os policiais civis com a perícia, para que eles solucionem os crimes de uma forma célere, dando respostas a sociedade”, afirmou Rosana Coutinho.
A perita usou um caso real ocorrido no município de Viçosa para explicar o papel da perícia em investigações de crimes contra a criança e o adolescente. No relato, uma menina de 12 anos foi abusada sexualmente, engravidou e ao dar à luz não quis dizer quem era o pai da criança. Nesse caso, foram identificados vários suspeitos em datas distintas, e o Laboratório de Genética Forense coletou material genético de cada um deles para exame de DNA até identificar o autor do estupro de vulnerável.
“Quando a investigação achava um suspeito, a delegacia pedia coleta de amostra biológica dele. Localizava outro suspeito e pedia novamente o exame. No total, foram analisados materiais genéticos de 11 suspeitos até achar o culpado pelo estupro. Isso é a prova de que não desistir da investigação, continuar inquirindo, enviar vestígios e solicitar exames ao IC, possibilitará descobrir a verdade real dos fatos”, comentou a perita.
O perito criminal Ivan Excalibur, atual chefe de perícias internas do Instituto de Criminalística também participou da instrução. Ele que também atua no Setor de Perícias de Informática (SPCI) do órgão, passou para os alunos do curso a importância da coleta e custódia de evidências, e a legitimidade da prova material.
“A nossa participação no curso, além de estreitar os laços entre as instituições, tem por objetivo capacitar os futuros policiais a lidar com a prova material no âmbito de sua competência na investigação policial. A apresentação teve ênfase no portfólio de exames realizados pelo Instituto de Criminalística, no trato da coleta de evidências, e na credibilidade e validade da prova material através da correta cadeia de custódia”, disse o perito.
Durante a aula os peritos criminais também apresentaram e sortearam exemplares do manual de solicitação de perícias criminais da Polícia Científica. A versão on-line pode ser baixada na página oficial do órgão na internet.