Jovem de 27 anos foi internada em estado grave, e marido contou à polícia que queimaduras foram acidente. Ele teve a prisão preventiva decretada.
Em um vídeo entregue à Polícia Civil, Dara Cristina de Andrade Rossato expõe a violência de um ataque do marido em maio deste ano na residência do casal em Franca (SP).
Ainda em recuperação no Hospital das Clínicas em São Paulo (SP), onde permaneceu sedada e intubada até o início desta semana, ela diz que o companheiro jogou álcool e ateou fogo nela.
“Isso aqui que eu estou passando é resultado dele, resultado do machismo dele. Ele ainda me bateu. Eu só quero que ele vá preso, só isso. Estou sofrendo muito, só Deus sabe o tanto que eu estou sofrendo. Por favor, põe ele na cadeia, só isso que eu quero, que ele vá preso e pague o que ele fez comigo”, afirma.
Dara, de 27 anos, sofreu graves queimaduras no rosto, nas mãos e no tórax. Ela segue em recuperação no HC.
Desde a ocorrência em maio, a Polícia Civil tratava o caso como acidente doméstico. O marido dela, na época, relatou que Dara havia se acidentado enquanto usava álcool para lavar roupas.
No decorrer da investigação, o delegado da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Marcio Murari, alterou a tipificação para tentativa de feminicídio.
“Pelo que apuramos no inquérito policial com oitivas de parentes, familiares, vizinhos, e o mais importante, o vídeo gravado pela mãe dessa moça, a Dara, em que ela apesar da gravidade dos ferimentos que sofreu pelo corpo, aponta o rapaz, o seu companheiro, como autor dos fatos que culminaram nos graves ferimentos que ela sofreu. Ela aponta ele como a pessoa que teria jogado álcool e ateado fogo no corpo dela”, diz Murari.
A Justiça determinou a prisão preventiva do suspeito, mas ele ainda não foi encontrado.
No dia do crime, vizinhos afirmaram ter ouvido uma discussão entre o casal e pedidos de socorro de Dara vindos de dentro da residência.
O marido disse que socorreu a mulher com ajuda dos vizinhos e chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
“Ao que tudo indica, [a motivação] seriam problemas de convivência, a violência doméstica. É o relato que conseguimos apurar durante a investigação”, afirma Murari.