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Caso Henry: Monique Medeiros volta a ser presa

Monique Medeiros foi presa mais uma vez por decisão do STF TV Globo / Reprodução

Mãe do menino Henry Borel, Monique Medeiros voltou a ser presa na manhã desta quinta-feira. Policiais da 16ª DP (Barra da Tijuca) foram até à casa da mãe dela, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, onde ela morava havia cerca de um ano. Nesta quarta, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes determinou a nova prisão da professora, que é ré por tortura e homicídio contra o filho.

Monique foi presa às 6h. Na chegada à 16ª DP a professora foi hostilizada por um grupo de pessoas que passavam em frente à unidade policial. Após as formalidades na delegacia, ela será encaminhada para o Instituto Médico-Legal (IML).

O recurso pedindo a volta de Monique à prisão foi apresentado pelo pai da criança, Leniel Borel. Ele comemorou a decisão do STF: “Glória a Deus! Gratidão eterna ao STF, que está fazendo justiça pelo nosso Henry Borel assertivamente em todas as fases do processo”, disse o pai por meio de nota.

No recurso que foi apreciado pelo Supremo, Borel questionava decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que revogou, em agosto do ano passado, a prisão preventiva de Monique. O ex-namorado de Monique, o médico e ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho, permanece preso pelos mesmos crimes.

Segundo Gilmar, a decisão do STJ “não apenas se divorcia da realidade dos autos, como também afronta jurisprudência pacífica” do STF, o que justifica a nova ordem de prisão”.

Para o ministro, “não há como concordar, com a devida vênia, com as afirmações de que a prisão preventiva teria sido decretada apenas com base na gravidade abstrata do delito”.

“O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro teve o cuidado de apontar, nos autos, elementos concretos que apontam para a gravidade, em tese, das circunstâncias e da forma de cometimento do delito”, afirmou Gilmar na decisão.

Em nota, Leniel Borel disse que a prisão de Monique é “imprescindível”, já que ela foi “pronunciada pelos crimes de homicídio, tortura e coação no curso do processo”.

“Este recurso é uma vitória para todas as vítimas do Brasil, que estão sendo anuladas no processo judicial criminal. Hoje vimos o Min. Gilmar Mendes fazendo justiça pelo meu filhinho e todas as crianças do Brasil”, disse Borel.

Cristiano Medina da Rocha, advogado que representa Leniel, classificou a decisão como “marco histórico”.

“Há provas robustas de que a liberdade de Monique configura risco concreto para a ordem pública, instrução processual e aplicação da lei penal, motivo pelo qual, a justiça foi reestabelecida com a decretação de sua prisão”, disse.

Procurados, os advogados Camila Jacome, Hugo Novais e Thiago Minagé, que representam Monique, informaram que estão analisando a decisão para apresentarem o recurso cabível.

Manifestação da PGR
Na semana passada, a Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou ao Supremo que “há elementos de comportamento” de Monique que podem “turbar a instrução processual”. Segundo a manifestação do Ministério Público, um dos fundamentos da decisão do STJ foi de que ela estaria recebendo ameaças de outros presos.

Entretanto, o subprocurador-geral da República Juliano Carvalho alega que “a legislação e normas administrativas penitenciárias contam com mecanismos para proteger presos ameaçados por outros detentos, não sendo a primeira alternativa a da soltura”.

A PGR argumenta que um dos fundamentos da decisão do STJ foi de que ela estaria recebendo ameaças de outros presos. Entretanto, o subprocurador alega que “a legislação e normas administrativas penitenciárias contam com mecanismos para proteger presos ameaçados por outros detentos, não sendo a primeira alternativa a da soltura”.

Na última terça-feira, desembargadores da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio decidiram manter o julgamento de Monique e Jairinho em júri popular. Na decisão, eles ainda acataram um pedido do Ministério Público para que a ela também fossem imputadas torturas contra o menino e a ele, o crime de coação no curso do processo.

Ao determinar a revogação da prisão preventiva de Monique, em agosto do ano passado, o ministro João Otávio de Noronha “não se pode decretar a prisão preventiva baseada apenas na gravidade genérica do delito, no clamor público, na comoção social, sem a descrição de circunstâncias concretas que justifiquem a medida”.