Brasil

Passagem de ciclone mata 4 pessoas em três estados e castiga cidades

Caminhão quase foi levado pela força do vento na BR-101, em Garuva — Foto: JN

A passagem de um ciclone extratropical provocou destruição em estados brasileiros. Os ventos fortíssimos derrubaram árvores e deixaram milhares sem luz. Houve alagamento em várias cidades. No Rio Grande do Sul, uma pessoa morreu ao ter a casa atingida.

As rajadas de vento chegaram a 140 km/h e provocaram estragos em mais de 50 cidades gaúchas. O município de Sede Nova, no noroeste do estado, foi o mais atingido. Em Rio Grande, um idoso morreu; uma árvore caiu em cima da casa dele. Em São Sebastião do Caí, o nível do rio subiu e invadiu ruas.

O ciclone também provocou estragos no litoral norte do Rio Grande do Sul, e a preocupação agora é com as enchentes e a ressaca do mar.

“Nós estamos já monitorando as pessoas que moram na beira da orla, próximo ao mar, e vamos, a medida do possível, e as famílias aceitando, tirar elas da área de risco”, diz o prefeito interino de Cidreira, Claudio Hoffmann.
Em todo o estado, cerca de 600 pessoas tiveram que sair de casa. A estimativa da Defesa Civil é de que mais de 17 mil foram afetadas pelo mau tempo.

“Quebrou todo telhado, eu fiquei soterrado. Levei uns minutos para sair debaixo dos aterros. Meu cachorrinho, Pinguim, morreu. Ele dormia abraçado comigo, o cachorrinho. Mas, infelizmente, não deu para salvar ele”, lamenta o eletrotécnico Antônio André Rodrigues Flores.

Em Tramandaí, a tradicional Festa do Peixe precisou ser suspensa por causa dos estragos no centro de eventos. O vento arrancou lonas e estruturas de ferro.

Ao menos 15 rodovias do estado tiveram algum tipo de bloqueio – por deslizamento de terra, queda de árvores ou transbordamento de rios.

O caminhão quase foi levado pela força do vento. Foi na BR-101, em Garuva, norte catarinense. Ventos fortes também atingiram outras regiões do estado. Siderópolis, no sul catarinense, teve as rajadas mais fortes – chegaram a 157 km/h.

No litoral sul, caminhar na rua virou tarefa difícil. A Lagoa do Imaruí costuma ser calma, mas com as rajadas de vento, ficou agitada e a água invadiu a calçada e a principal avenida do centro histórico de Laguna.

“Faz 10 anos que eu moro aqui e nunca tinha acontecido isso aí. Assusta, tá bem assustador”, ressaltou um morador.
Pescadores usaram cordas para reforçar a ancoragem das embarcações.

Em Imbituba, o telhado de um supermercado desabou. Ninguém se feriu. O telhado de uma casa em Itapema foi completamente arrancado.

No Aeroporto de Navegantes, a escada de embarque e desembarque do avião virou com a força do vento. O canal de acesso aos portos de Itajaí e Navegantes segue fechado por tempo indeterminado.

Na noite desta quarta-feira (13), em Chapecó, o vento quase desequilibrou um motociclista. O carro que estava atrás foi atingido por uma placa.

Depois de quase 24 horas, o Aeroporto de Florianópolis voltou a operar. Funcionários da companhia aérea retiraram o avião que derrapou nesta quarta na pista.

No Paraná, rajadas de vento passam dos 90 km/h
No Paraná, as rajadas de vento passaram de 90 km/h. A ventania provocou queda de árvores e derrubou postes em dezenas de cidades. Desta quarta-feira (12) para esta quinta-feira (13), 700 mil pessoas ficaram sem luz, em algum momento.

Por segurança, o Porto de Paranaguá chegou a suspender as operações. Um trem turístico com quase mil passageiros está preso na Serra do Mar porque os trilhos estão obstruídos.

A chuva dos últimos dias aumentou a vazão nas Cataratas do Iguaçu, que nesta quinta (13) atingiu 90 milhões de litros de água por segundo – seis vezes mais do que a média.

Ventos provocados por ciclone matam 2 pessoas em SP
Os ventos provocados pelo ciclone também mataram duas pessoas no estado de São Paulo.

Em São José dos Campos, uma árvore atingiu um carro de autoescola. A estudante que estava na direção morreu.

Em Itanhaém, na Baixada Santista, uma idosa perdeu a vida ao encostar em um cabo de energia, derrubado pela força do vento.

O vendaval fechou o Porto de Santos por quase seis horas e arrancou placas de alumínio do alto de um prédio na capital paulista. Seis aviões tiveram que arremeter no Aeroporto de Congonhas.

Na subida da serra de Petrópolis, no Rio de Janeiro, a queda de árvores interditou a rodovia.

No sul de Mato Grosso do Sul, as temperaturas despencaram. Em alguns lugares, a sensação térmica ficou perto dos 6º C.