MC Melody usou seu perfil no Instagram para negar qualquer envolvimento ou relacionamento comercial com Sidney Hayasa. Ele foi preso no início da semana acusado de ser traficante de drogas e praticar agiotagem, além de extorsão e outros crimes. Ele operava uma empresa de shows no Rio de Janeiro e em seu cast aparece a cantora.
Supostamente, Sidney teria exclusividade sobre as datas de Melody dentro do estado do Rio e Sul do país, como ele mesmo informa numa publicação no perfil da 021 Records, uma de suas empresas, em maio deste ano.
Na nota, Melody diz: “Cientes das matérias veiculadas durante esta semana em todos os portais de notícias sobre um suposto empresário da artista Melody, viemos a público informar que a artista não possui nenhum agenciamento de exclusividade em nenhum escritório e tão pouco um novo empresário artístico”, afirma:? “Melody segue sendo agenciada pela mesma empresa na qual também é sócia e fundadora junto com seu pai Thiago Abreu”.
O problema é que tanto Melody quanto seu pai, mais conhecido como Belinho, comentaram na pubçlicação feita por Sidney ao anunciar a parceria, em marcço deste ano. Ela comentou com emojis de foguinho, o pai e empresário com a frase: “Tamo junto”.
Entenda o caso
O empresário Sidney de Oliveira Bastos Júnior, empresário e CEO do escritório Rio 021 Records, foi preso no domingo suspeito de ser gerente operacional de uma organização criminosa dedicada ao tráfico de drogas e que dominava o comércio de botijões de gás em Rio Grande, no Rio Grande do Sul.
A Rio 021 Records é um escritório de publicidade que chegou a trabalhar com artistas como as cantoras MC Melody e Treyce, que ficou conhecida pelo hit “Lovezinho”, um dos maiores sucessos do carnaval de 2023. Sidney também é amigo de outros artistas, como o cantor Xamã. Foi na casa de Xamã, inclusive, que dois carros de luxo de Sidney foram apreendidos, um Volvo e uma BMW, no dia 29 de junho.
A acusação do Gaeco/MPRS e da Polícia Civil gaúcha é de que ele atuava na linha de apoio, responsável pela contabilidade da organização criminosa, controlando o caixa financeiro de todos os negócios do grupo. Ele responde pelos crimes de integrar organização criminosa, extorsão, formação de cartel, ocultação de bens e agiotagem.
De acordo com a investigação, o grupo é acusado de intimidar pequenos comerciantes de Rio Grande, os obrigando a comprarem gás da facção e a praticarem preços tabelados sob pena de terem seus veículos depredados e suas vidas ameaçadas. Alguns empresários do ramo tiveram de abandonar seus comércios por medo.
Ele teria continuado a atuar na organização no Rio Grande do Sul, para onde viajava com frequência, mesmo depois de abrir a Rio 021 Records na cidade do Rio de Janeiro.
De acordo com opromotor de Justiça do Gaeco – Núcleo Região Sul, Rogério Meirelles Caldas, a formação do cartel permitia que a organização vendesse cada botijão de gás, em média, R$ 30 além da margem de lucro. Com isso, em um único mês (fevereiro de 2022), conforme a própria contabilidade do grupo, o cartel fez com que o sobrepreço rendesse quase R$ 500 mil para a organização.