Justiça

Acusados de matar empresário e queimar cadáver serão julgados nesta terça-feira

Dois acusados de assassinar e atear fogo no corpo do empresário Gilmário Alencar dos Santos em fevereiro de 2021 vão a Júri Popular nesta terça-feira, 18. O julgamento, que será conduzido pelo juiz Antônio Iris da Costa Júnior, terá início às 9h na Comarca de Olho D’Água das Flores, sertão alagoano.

Conforme os autos, os dois acusados, José Henrique Queiroz e Bruno Barbosa, em parceira com um terceiro elemento, identificado como José Caetano da Silva Neto, que morreu em confronto com a polícia, mataram a vítima e levaram pulseira, anel, corrente, óculos, celular e automóvel de Gilmário. Após o roubo, eles mataram o empresário e queimaram seu corpo.

O dia do crime, 24 de fevereiro de 2021, familiares de Gilmário usaram as redes sociais para anunciar seu desaparecimento. Ele – dono de uma funerária em Olho D’água das Flores – tinha saído de casa com destino ao município Bom Conselho, no Estado de Pernambuco. Como não deu mais notícias, o seu sumiço passou a preocupar a família. Um dia depois, seu corpo foi encontrado com sinais de enforcamento e carbonizado dentro de um tonel. 

Após avaliação dos autos, o magistrado aceitou o pedido do Ministério Público Estadual e os réus irão a julgamento.

Na semana passada, o juiz julgou ainda o pedido da defesa de José Henrique para que fosse removido o outdoor fixado nas imediações do fórum pedindo por justiça. O magistrado esclareceu que o outdoor foi retirado do local na última terça-feira (11) por livre e espontânea vontade dos familiares da vítima.

Ao ser dado vistas dos autos ao Ministério Público e ao assistente de acusação, os dois se manifestaram contra o pedido, oportunidade em que também solicitaram autorização judicial para a utilização de manifestação silenciosa antes e no dia do julgamento, tanto pela defesa, quanto pela acusação, entre outros.

Com a decisão, fica expressamente permitido o uso de camisetas, adornos, cartazes e faixas por qualquer cidadão, seja manifestando apoio aos acusados, seja manifestando apoio à vítima. Caso o Plenário lote, terão preferência as famílias dos acusados e da vítima.

“A utilização de cartazes ou faixas, contudo, deve ocorrer na última fileira de assentos, de modo a não prejudicar o direito das outras pessoas de assistirem ao julgamento sem interferências. Não será permitido o uso de apitos ou outros instrumentos similares nas dependências do Fórum, a fim de não prejudicar o desenvolvimento dos trabalhos”, esclareceu o magistrado.

Os réus serão julgados por homicídio qualificado por motivo torpe, mediante asfixia e meio cruel, mediante emboscada e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, além de furto e destruição de cadáver. José Henrique também será julgado pelo crime de posse de arma de fogo.

Crime

O crime teve como motivação uma dívida de aproximadamente R$ 10 mil que José Henrique tinha com a vítima. Após o homicídio, os réus ainda tentaram extorquir dinheiro da família de Gilmário sob o pretexto de resgate, mesmo sabendo que naquela altura, ele já estava sem vida.

A vítima foi asfixiada até perder os sinais vitais no escritório do lava-jato de José Henrique, que em seguida levou o carro de Gilmário até um posto de gasolina no município de Arapiraca. Ao retornar para o lava-jato, José Henrique verificou que seus funcionários Bruno e Caetano já tinham amarrado a vítima, além de terem subtraído os seus bens.

Ato contínuo, os réus levaram Gilmário para um terreno pertencente à família de José Henrique, localizado na zona rural de Olho D’água das Flores e, ao perceberem um movimento da vítima assemelhado a uma tentativa de respiração, os autores voltaram a asfixiar Gilmário.

Por fim, os executores colocaram o corpo em um tanque, jogaram gasolina, atearam fogo e tamparam o local, fazendo com que se tornasse em uma fornalha, resultando na completa carbonização do corpo. Após a descoberta do local, apenas as cinzas de Gilmário foram encontradas.

Matéria referente ao processo nº 0000048-47.2023.8.02.0025.