Justiça

Assassino do menino Kauã é condenado a mais de 34 anos prisão e multa de R$ 7 mil

MPE/AL

MP defendeu a tese de homicídio triplamente qualificada, com agravantes

Foi encerrado no final da noite desta terça, 25, o julgamento de Fernando Henrique de Andrade Olegário, condenado por matar o menino Márcio Kauã Ferreira Acioli. O assassinato ocorreu em abril de 2022, no Complexo Benedito Bentes.

Fernando Henrique foi condenado a 34 anos e nove meses, além do pagamento de multa no valor de R$ 7 mil para a família de Kauã. O júri foi presidido pelo juiz Geraldo Amorim e ocorreu durante todo o dia no Fórum da Capital, no Barro Duro.

O réu foi condenado pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, falsa comunicação de crime, corrupção de menores e fraude processual.

O CRIME

O menino Márcio Kauã, de dois anos, foi dado como desaparecido no Benedito Bentes, parte alta da cidade, no dia 18 de abril de 2022. Ele havia sido deixado pela mãe aos cuidados de uma adolescente de 16 anos e do companheiro dela: Fernando Henrique da Andrade Olegário, de 25 anos.

Inicialmente, o casal afirmou que o menino teria sumido em um momento de distração, enquanto os dois entraram em uma loja para ver um calçado para o menino, em um trecho da Avenida Pratagy, no Benedito Bentes.

As buscas pelo garoto seguiram por vários dias e novas versões sobre o desaparecimento foram sendo apresentadas à Polícia Civil de Alagoas. No entanto, devido às inconsistências nos depoimentos, os investigadores chegaram ao acusado, que confessou o crime posteriormente e apontou o local exato que havia deixado o corpo.

O menino foi achado em uma região de mata nas imediações do Conjunto Caetés, no Complexo Benedito Bentes, parte alta de Maceió.

Fernando Henrique chegou a dizer que o menino teria morrido após cair de uma motocicleta e que por medo, ele teria inventado a história do desaparecimento e levado o corpo da criança até uma mata fechada. Depois, mudou novamente a versão e confessou aos policiais que havia batido na criança antes dele morrer.

“Foi uma fatalidade. No dia 18 de abril, eu tinha dado uns tapas nele porque tava bagunçando a casa. Ele escorregou e bateu a cabeça na quina de uma parede. Eu tentei reanimá-lo, fazendo  massagem e respiração boca a boca. Fiquei com medo, nervoso e não tive outra escolha. Não queria isso, só Deus sabe o quanto estou arrependido”, contou à época.

Ele também isentou a companheira de toda a culpa. “Foi tudo eu. Eu que trouxe o corpo e deixei no cantinho. Ela queria contar, mas eu disse para não falar nada”.

Já a Polícia Científica, após realizar exames cadavéricos no corpo da criança, entendeu que o garoto vinha sendo vítima de maus-tratos, já que ele apresentava marcas de lesões antigas. O laudo apontou morte por traumatismo crânio encefálico, mas não soube precisar a data exata da morte.