“Quando os artistas estão mortos, eles são muito mais valiosos do que quando estão vivos”, disse a cantora ao justificar sua preocupação com a herança dos filhos
Sinéad O’Connor instruiu seus filhos como agirem caso ela sofresse algum tipo de morte repentina, como infelizmente acabou sendo o caso. A cantora irlandesa foi encontrada morta na última quarta-feira em sua casa em Londres.
“Sempre instruí meus filhos desde pequenos: ‘Se sua mãe morrer amanhã antes de você ligar para o 911, ligue para meu contador e certifique-se de que as gravadoras não comecem a divulgar meus discos e não digam onde está o dinheiro’”, disse O’Connor à revista People em uma entrevista em 2021.
A cantora, falecida aos 56 anos, sempre deixou bem claro para seus herdeiros a importância de proteger sua música e seus bens, sua herança, para evitar que alguém se apossasse ou se aproveitasse deles.
“Quando os artistas estão mortos, eles são muito mais valiosos do que quando estão vivos”, disse O’Connor sobre a lucratividade dos músicos. “Tupac lançou muito mais álbuns desde que morreu do que jamais fez vivo, então é meio nojento o que as gravadoras fazem”, argumentou.
Artista com quem mantinha um forte vínculo – musical e não pessoal -, Prince sempre foi um exemplo para as instruções de conduta da família cantora no pós-morte. “Uma das coisas que são um grande pesadelo para mim, fico muito brava quando penso nisso, é o fato de que eles estão estuprando o cofre dele”. Prince tinha literalmente um cofre para guardar sua extensa criação inédita, que acabou sendo arrematado por uma gravadora, e isso despertou um alerta na irlandesa. “[Prince] é um homem que lançou todas as músicas que já gravou, então se ele se deu ao trabalho de construir um cofre, o que é uma coisa muito difícil de se fazer, isso significa que ele realmente não queria que essas músicas fossem lançadas. E não suporto que as pessoas estejam, como eu disse, estuprando o cofre”.
Além disso, ela acredita que o compositor de seu maior hit, “Nothing Compares 2 U”, aprovaria o uso de uma música sua em um comercial de TV tendo o contexto da letra completamente deturpado. “Acho que ele vai se revirar no túmulo por ter sido usado para vender um cartão de crédito”.
O’Connor morreu aos 56 anos, 18 meses depois que seu filho de 17 anos, Shane, cometeu suicídio. Ela deixa três filhos: Jake, de 36 anos; Roisin, de 27; o Yeshua, de 16.