O ex-líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e atual coordenador da Frente Nacional de Lutas (FNL), José Rainha, prestou depoimento, nesta quinta-feira (3), à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o MST, na Câmara dos Deputados.
Apesar do habeas corpus concedido pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), garantindo o direito de não responder aos questionamentos que pudessem incriminá-lo no processo que o acusa de extorquir proprietários rurais, Rainha respondeu a quase todas as perguntas dos deputados.
Em mais de cinco horas e meia de sessão, ele disse não se considerar um criminoso, afirmou que luta pela vida e dignidade das pessoas e admitiu já ter sido preso diversas vezes, mas sempre por situações relacionadas às atividades nos movimentos sociais.
Entretanto, quando perguntado por Ricardo Salles (PL-SP), presidente da comissão, sobre o porquê de ter deixado o MST, Rainha respondeu que levará essa informação para “o cemitério”.
“Todos os movimentos têm suas divergências, e minha ordem de divergência política que tive com o MST eu prefiro dizer que levarei para o cemitério”, pontuou.
Questionado sobre a origem dos rendimentos dele, Rainha pontuou que sua principal fonte de renda vem do trabalho como produtor rural assentado, mas ele não soube detalhar exatamente quanto ganha com o plantio de alimentos.
José Rainha também assumiu que, na época das eleições, o movimento costuma apoiar candidatos que representem os interesses dos sem-terra, assentados e pequenos produtores, mas negou que haja interferência na liberdade de escolha dos integrantes da organização.
Por fim, ainda avaliou que o governo federal precisa avançar na distribuição de terras.