O professor Cauê Pozenatto Lima, de 35 anos, que foi encontrado carbonizado em uma área rural de Americana (SP), foi morto por uma dívida de tatuagem, de acordo com o depoimento do suspeito à Polícia Civil. Ele e a companheira foram presos na última sexta-feira (4) em Sumaré (SP).
Segundo o delegado responsável pela investigação, Lúcio Antonio Petrocelli, o homem afirmou que a dívida era em torno de R$ 8 mil e que cometeu o crime sob efeito de drogas. O tatuador não demonstrou arrependimento ao confessar o homicídio.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, o tatuador relatou ter recebido uma visita da vítima na noite do dia 1º de agosto. Em seguida, os dois saíram juntos para comprar drogas para o suspeito. Dentro do veículo, a vítima e o suspeito discutiram e Cauê foi esfaqueado, segundo o depoimento.
Também em depoimento, a esposa do suspeito negou participação na morte do educador e afirmou que foi obrigada pelo companheiro a ajudar na ocultação do corpo. Tanto a mulher quanto o suspeito seguem presos nas cadeias de Sumaré e Monte Mor (SP).
Como o professor foi encontrado?
O corpo do professor foi encontrado por trabalhadores na manhã de quarta-feira (2) na região da Praia Azul, em Americana. Ele estava em chamas e havia sido colocado dentro de uma vala próxima à represa.
O que já foi apurado?
A EPTV, afiliada da TV Globo, apurou que um casal foi visto com o carro do professor logo após o corpo dele ser encontrado carbonizado. Câmeras de segurança de uma via de Americana teriam flagrado o casal.
Um homem que não quis se identificar disse que soube de testemunhas que um carro parou perto da vala onde o corpo estava e foi embora. Em seguida, trabalhadores de uma obra próxima encontraram o corpo ainda em chamas.
“Segundo consta, passou um Onix branco em alta velocidade, depois voltou, parou perto da vala e ficou um pouquinho. Quando ele foi embora, o pessoal viu uma fumaça, quando foi olhar, estava um corpo em chamas”, disse.
Quem era a vítima?
Lima trabalhava desde abril de 2013 na Escola Municipal Ramona Canhete Filho, no Jardim São Gerônimo, em Sumaré. Ele já havia trabalhado em ao menos outras cinco unidades da cidade.
“O Cauê sempre foi uma pessoa tranquila, alegre, extrovertido, nunca foi de mal com a vida, sempre foi de bem, tranquilo”, afirmou à EPTV Alexandra Packez, diretora de uma das escolas.
O professor foi velado e sepultado na tarde desta sexta no Cemitério da Saudade, também em Sumaré. A cerimônia contou com a presença de familiares, colegas de trabalho e ex-alunos.
Quais foram as manifestações?
Em nota, a prefeitura “lamentou profundamente a morte cruel do professor”.
Por meio de comunicado, o Coletivo dos Trabalhadores em Educação de Sumaré afirmou esperar que as autoridades esclareçam e cheguem aos autores do crime que “choca o município”. “Sentiremos muita falta da sua alegria”, informa texto.