Mesa redonda terá profissionais que atuam no sistema prisional alagoano e correrá no Centro de Convenções
O Ministério da Justiça já revelou, em dados apresentados, o crescimento da participação de mulheres nos órgãos da segurança pública de todo o país. Em Alagoas não é diferente, pelo menos na Polícia Penal, onde atuam 259 profissionais.
O destaque delas à frente das funções que exercem dentro da estrutura da segurança virou livro. Isso mesmo, com a apresentação de uma Mesa Redonda marcada para a noite deste domingo (13), no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, em Maceió, onde acontecerá a 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas.
Na sequência, ocorrerá o lançamento do livro “Mulheres na Segurança Pública de Alagoas”, de autoria das professoras Elaine Pimentel e de Joyce Oliveira.
A obra trará relatos de Andréa, Cinthya, Elisângela, Geórgia, Mônica e Shirley, policiais penais que representam as outras duas centenas de profissionais que atuam no sistema prisional de Alagoas como elas, que dividem histórias sobre responsabilidade, medo, desafio, profissão, família e amor.
“Quando eu recebi o convite foi um momento de muita alegria. Me sinto privilegiada de participar de uma categoria que está dentro de um contexto muito masculino, muito machista, mas que tem se destacado. Mulheres guerreiras, mulheres de fibra, mulheres que avançaram nos seus respectivos setores de trabalho”, comemora a policial penal Shirley Miranda.
“Falar sobre mulher na segurança pública no estado de Lampião, estruturalmente machista, nos fez expor que bem mais do que Lampião os maiores méritos são da Maria Bonita. Mulher, guerreira, corajosa, sensível, inteligente, estrategista e acima de tudo apaixonada, essa somos nós, mulheres da segurança pública alagoana”, conta a policial penal Mônica Cavalcante.
Coragem de mulher
Mulheres que se vestem de coragem todos os dias e enfrentam a criminalidade, adentram nas unidades prisionais, assumem cargos de chefias e encaram os desafios como manter a ordem e a disciplina do sistema prisional ou que se vestem de coragem e lideram em ambiente antes apenas masculino.
“É algo gratificante ter sido convidada para participar de uma obra voltada à experiência de mulheres no exercício de suas profissões dentro da segurança pública do Estado de Alagoas. Me sinto honrada em poder ter meu nome e minha profissão como policial penal eternizados nesta obra”, afirma Geórgia Hilário, policial penal.
“A experiência de fazer parte desse livro foi magnífica, porque são mulheres fortes que fazem a diferença no sistema prisional, que fazem a diferença no sistema de segurança pública. Para mim foi gratificante, foi honrosa e fiquei muito feliz com essa participação. E foi chocante quando você começa a perceber o quanto você mudou através de uma profissão, uma profissão que é desafiadora”, destaca a policial penal Cinthya Moreno.
Trajetória policial
“Foram meses de preparação e reuniões. A gente pode recordar toda a trajetória policial. Foi um momento de autoconhecimento. É um livro rico em experiência de todas as categorias policiais com muitos relatos interessantes que valem a pena conferir”, reforça Elisângela Guedes, policial penal que atua no Presídio Santa Luzia, sobre a experiência de participar do livro Mulheres na Segurança Pública de Alagoas.
“Fiquei muito lisonjeada em participar do livro Mulheres na Segurança Pública de Alagoas, pois recebi uma oportunidade singular de deixar registrada uma parte da trajetória da minha vida. Fico imaginando minha netinha mostrando para os amigos a história da avó dela. História, no mínimo, curiosa, de uma policial penal. Mulher policial, e que está em um livro com outras policiais tão admiráveis. Além disso, sei que será uma leitura bastante interessante para as mulheres que pretendem ingressar na segurança pública. Certamente dará um norte significativo para essas futuras profissionais. Estar nessa obra é motivo de muito orgulho para minha família. Muito emocionante pra mim. Sou grata demais por tudo isto”, Andréa Rodrigues de Melo, policial penal.
“Então… eu me senti muito reconhecida pelo meu trabalho, pela minha trajetória dentro da Segurança Pública. Poder expressar em um livro nossas vivências, nossos desafios, como tudo foi desde o início é uma grande alegria”, finaliza Shirley Miranda.
Para contar histórias de vida, diz professora
“Esse livro tem o importante objetivo de apresentar histórias de vida e vivências de mulheres na segurança pública no estado de Alagoas, considerando que historicamente esse é um lugar de pouca participação feminina. Muito recentemente algumas instituições passaram a ter mulheres nos seus quadros. São relatos escritos em primeira pessoa de uma maneira muito livre, sem prisão e sem academicismo e, portanto, muito emocionante que evidenciam a realidade dessas mulheres”, reflete a professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Elaine Pimentel.
A 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas – realização da Universidade Federal de Alagoas e do Governo de Alagoas – ocorre de 11 a 20 de agosto.