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Cliente mata advogado que teve caso com sua mulher enquanto estava preso

Charlesman da Costa Silvano, de 37 anos, morto a tiros em Alexânia, Goiás — Foto: Rpeordução/OAB-GO

A descoberta de uma traição pode ter sido o que motivou o homicídio contra o advogado criminalista Charlesman da Costa Silvano, de 37 anos, primo do prefeito de Alexânia, no Entorno do Distrito Federal. Relatos do boletim de ocorrência da Polícia Civil afirmam que o homem preso suspeito de ser o atirador era cliente da vítima. Ele teria descoberto que a esposa o traiu com o advogado enquanto ele estava preso e, por isso, teria decidido se vingar.

O g1 não conseguiu contato com a defesa do suspeito.

De acordo com a polícia, Charlesman era advogado de defesa do suspeito em uma série de processos na Justiça. O mais recente, refere-se ao suposto envolvimento do cliente com o tráfico de drogas, cuja sentença ainda não foi deferida. Sendo assim, os dois mantinham contato pois precisavam tratar desses assuntos. Mas, segundo a esposa do cliente, o homem sempre sentiu ciúmes do advogado com ela.

Na noite de sexta-feira (11), durante uma discussão de casal, a mulher revelou ao companheiro que teve um caso amoroso com Charlesman. A traição teria ocorrido em 2019, quando o cliente cumpria pena na cadeia. Aos policiais, a mulher disse que, após a revelação, o homem ficou “transtornado” e “passou a noite cheirando cocaína”.

Durante a manhã de sábado (12), o cliente marcou de se encontrar com Charlesman no Setor Clube Nova Flórida. Quando chegou ao local, surpreendeu o advogado com uma série de disparos de arma de fogo e fugiu.

Conforme o boletim de ocorrência, o registro da troca de mensagens entre o cliente e Charlesman, encontrada no celular do advogado, foi uma das principais evidências da autoria do crime. Além disso, houve também o relato de uma testemunha, que informou ter visto um homem de jaqueta preta e moto vermelha efetuando os disparos.

Prisão do cliente
Logo após encontrar as mensagens, os policiais foram em busca do cliente suspeito de cometer o crime. Na casa da mãe dele, foi encontrada a jaqueta e a moto vermelha descrita pela testemunha. O homem tentou resistir à prisão, empurrando um dos militares e apontando uma faca. Porém, os policiais atiraram na perna dele e o levaram preso.

Depois de preso, o homem contou que a arma do crime estava com um amigo, e indicou o endereço aos policiais. Quando a equipe chegou ao local, foi recebida a tiros por quatro homens, dando início a um confronto. Um dos suspeitos conseguiu pular um muro e fugir, os outros três foram alvejados e um morreu.

Segundo a polícia, a suspeita é que todos façam parte da organização criminosa do cliente de Charlesman. Com os homens, foram apreendidas três pistolas, bem como porções de maconha e cocaína.

Enterro do advogado
A prefeitura de Alexânia decretou luto oficial de três dias e informou que o velório vai acontecer no ginásio municipal. Em uma rede social, a prefeitura também informou que a 2º Corrida dos Pais, que aconteceria neste domingo (13), em comemoração ao Dia dos Pais, foi cancelada em razão da morte do advogado.

A Ordem dos advogados do Brasil (OAB) se manifestou através de nota e disse que: “É inaceitável que, um dia após o 11 de agosto, data em que se comemora a essencialidade da advocacia para o sistema social e de Justiça, mais um colega tenha sido vítima de um crime bárbaro e carregado de extrema violência”, diz em trecho.

Além disso, a ordem ressaltou que todas as instâncias competentes foram acionadas para solicitar providências e espera a punição dos culpados.

Também por nota, a OAB Goiás, disse estar consternada com a notícia da morte do advogado e repudiou o atentado ocorrido em Alexânia. A ordem se solidarizou com a família e cobrou o máximo empenho para os esclarecimentos necessários.

Nota OAB Goiás
É com extrema consternação que a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) manifesta seu repúdio e inconformismo pelo atentado que vitimou o advogado Charlesman da Costa Silvano, ocorrido na cidade de Alexânia, neste sábado (12 de agosto).

Ao mesmo tempo em que se solidariza com a família enlutada do colega, a Seccional Goiana, juntamente com a Comissão de Direito e Prerrogativas, e a Subseção de Alexânia informa à advocacia e à sociedade que comunicou a Secretaria de Segurança Pública, a Diretoria-Geral da Polícia Civil de Goiás e o Comando Geral da Polícia Militar de Goiás a respeito do crime e cobra o máximo de empenho e celeridade para os esclarecimentos necessários.

Neste momento, a OAB-GO roga que Deus receba Charlesman em sua infinita Glória e manifesta sentidas condolências aos familiares e amigos.

Nota OAB Alexânia
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), representada pela Comissão de Direito e Prerrogativas (CDP), e a subseção de Alexânia atuaram cobrando das autoridades uma célere apuração e esclarecimentos, diante do brutal assassinato que tirou a vida do advogado Charlesman da Costa Silvano, na manhã deste sábado (12 de agosto). O suspeito de cometer o crime foi preso horas depois do ocorrido.

O presidente da CDP, Alexandre Pimentel, e o presidente da subseção de Alexânia, Valdivino Clarindo Lima, acionaram todas as instâncias competentes solicitando providências.

Segundo as investigações prévias, o advogado foi alvejado com sete tiros dentro do seu carro por um homem que estava em uma moto. O crime violento tem sinais de execução, conforme apurações preliminares da Polícia Civil.

É inaceitável que, um dia após o 11 de agosto – data em que se comemora a essencialidade da advocacia para o sistema social e de Justiça -, mais um colega tenha sido vítima de um crime bárbaro e carregado de extrema violência.

Atentar contra a vida de um advogado (a) representa atentar contra o Estado Democrático de Direito. Ceifar a vida de quem é responsável pelo direito de defesa significa um atentado contra a cidadania. Condutas bárbaras como essa devem ser exemplarmente coibidas e punidas para que o Estado de Direito e a cidadania prevaleçam.

A OAB-GO, ciente da seriedade com que a investigação deverá ser conduzida, vai acompanhar o andamento do trabalho das autoridades policiais para garantir que os culpados sejam responsabilizados e punidos sob o rigor da lei.