Futebol

Quais foram os países mais ‘inusitados’ a terem jogadores na seleção brasileira? Neymar e cia. podem por Arábia Saudita na lista

Reprodução/Al Hilal

Reprodução/Al Hilal

Neymar deve inaugurar nesta sexta-feira (18) uma tradição nas próximas listas da seleção brasileira: a de contar com ao menos um nome – no caso o dele – que atua na Arábia Saudita. O craque não tem nem uma semana como jogador do Al Hilal, sequer estreou no país, mas provavelmente estará na primeira convocação de Fernando Diniz para a abertura das eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.

Se a Arábia é uma novidade hoje, outros países “inusitados”, por assim dizer, já fizeram parte do histórico de convocações da seleção, especialmente a partir da década de 1990, quando o mundo da bola abriu fronteiras para nações menos tradicionais da Europa e também da Ásia.

Mas tudo começou bem antes do Brasil ganhar seu primeiro título mundial. Em 1934, o defensor Luiz Luz e o ponta-esquerda Patesko disputaram a Copa do Mundo na Itália como atletas de Peñarol e Nacional, tradicionais equipes de Montevidéu, do Uruguai. São até hoje os únicos atletas a serem convocados para a seleção atuando em solo uruguaio.

Luz e Patesko abriram o caminho que só foi pavimentado mais de meio século depois, quando deu início o boom do futebol japonês. Nomes importantes como o lateral Jorginho, os volantes César Sampaio e Dunga, os meias Leonardo e Zinho e também o atacante Careca decidiram ir para o Oriente e, de lá, viraram figurinhas carimbadas das listas de Carlos Alberto Parreira e Zagallo na década de 1990.

Outros fenômenos de mercado apareceram na sequência: Turquia, Rússia e Ucrânia, banhadas com investimentos externos, além da Grécia, destinos até certo ponto aleatórios no passado e que, hoje, nem parecem tão estranhos assim.

O futebol russo, por sinal, chegou a emplacar três jogadores juntos em uma lista de Dunga em 2006, com o volante Dudu Cearense, o meia Daniel Carvalho e o atacante Vagner Love.

Fora da Europa, nações como Canadá, Estados Unidos e México também tiveram seus representantes brasileiros em listas da seleção, todos nos últimos dez anos. O mundo árabe é representado pelo Qatar, com o Al Ahli (não o time árabe, que hoje conta com o zagueiro Ibañez e o atacante Roberto Firmino, outros possíveis convocáveis para o futuro).

Parte desses jogadores, aliás, representou o Brasil em Copas mesmo atuando fora dos grandes centros. Desde a campanha do tetracampeonato, vários nomes conseguiram tal feito. A lista tem:

  • 1994 – Ronaldão – Shimizu S-Pulse (Japão)
  • 1998 – Dunga – Jubilo Iwata (Japão)
  • 1998 – César Sampaio – Yokohama Flugels (Japão)
  • 2010 – Júlio César – Toronto (Canadá)
  • 2010 – Elano – Galatasaray (Turquia)
  • 2010 – Gilberto Silva – Panathinaikos (Grécia)
  • 2014 – Hulk – Zenit (Rússia)
  • 2014 – Bernard – Shakhtar Donetsk (Ucrânia)
  • 2018 – Fred – Shakhtar Donetsk (Ucrânia)
  • 2018 – Taison – Shakhtar Donetsk (Ucrânia)
  • 2018 – Renato Augusto – Beijing Guoan (China)
  • 2022 – Daniel Alves – Pumas (México)

Relembre abaixo todos os convocados de cenários periféricos do mundo do futebol:

Uruguai

  • Peñarol – Luiz Luz (zagueiro)
  • Nacional – Patesko (ponta esquerda)

Japão

  • Cerezo Osaka – Sérgio Manoel (meia) e Gilmar (goleiro)
  • Jubilo Iwata – Dunga (volante)
  • Kashima Antlers – Jorginho (lateral) e Leonardo (meia)
  • Kashiwa Reysol – Careca e Edílson (atacantes)
  • Shimizu S-Pulse – Ronaldão (zagueiro)
  • Yokohama Flugels – Cesar Sampaio (volante) e Zinho (meia)

Turquia

  • Fenerbahce – Fábio Luciano (zagueiro), Alex (meia), Edu Dracena (zagueiro) e André Santos (lateral)
  • Galatasaray – Jardel (atacante) e Elano (meia)

Rússia

  • CSKA Moscou – Dudu Cearense (volante), Daniel Carvalho (meia), Vagner Love (atacante), Jô (atacante) e Mário Fernandes (lateral)
  • Rubin Kazan – Carlos Eduardo (meia)
  • Spartak Moscou – Alex (meia) e Rômulo (volante)
  • Zenit – Hulk (atacante), Giuliano (meia) e Robert Renan (zagueiro)

Grécia

  • Olympiakos – Giovanni (meia)
  • Panathinaikos – Gilberto Silva (volante)

Ucrânia

  • Dínamo de Kiev – André e Dudu (atacantes)
  • Dnipro – Giuliano (meia)
  • Shakhtar Donetsk – Elano (meia), Jadson (meia), Fernandinho (volante), Willian (atacante), Fernando (volante), Bernard (atacante), Fred (volante), Douglas Costa (atacante), Luiz Adriano (atacante) e Taison (atacante)

China

  • Beijing Guoan – Renato Augusto (meia)
  • Guangzhou Evergrande – Paulinho (volante)
  • Shandong Luneng – Diego Tardelli (atacante) e Gil (zagueiro)

Canadá

  • Toronto – Julio Cesar (goleiro)

Qatar

  • Al Ahli – Everton Ribeiro (meia)

Estados Unidos

  • Orlando City – Kaká (meia)

México

  • Pumas – Daniel Alves (lateral)