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Filha de MC Katia faz post emocionante sobre morte da mãe: ‘Estou sozinha’

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Filha de MC Katia, Michele Marques escreveu uma carta aberta de despedida para a mãe, que morreu no dia 13 de agosto, aos 47 anos, após ficar internada por mais de um mês e ter a perna amputada. Michele publicou o texto nas redes sociais dela e da mãe e emocionou os seguidores.

“Perder sua mãe é algo tão inexplicável. Quando recebi a notícia parecia mentira. Talvez um sentimento de que aquilo não passava de uma pegadinha, mas instantaneamente parecia que um meteoro tinha acabado de cair em cima de mim. Só pensei em correr. Não sabia pra onde mas eu queria sair correndo. Naquele minuto eu tinha segurado a sua mão e você estava viva do nada me pediram pra se retirar do CTI e umas quatro pessoas saíram fechando a cortina e o médico em cima de você fazendo massagem cardíaca. Meu coração já estava agoniado ali . Você só esperou eu chegar”, iniciou ela.

“Como assim! Minha mãe. Meu Deus era verdade naquele dia 13/08/23 às 16:00 na quela sala gelada do CTI 1 partiu o amor da minha vida a mulher ,que me desculpe todas as mães do mundo mas ela era a melhor .”sim a MELHOR MÃE DO MUNDO “.

“Ainda parece que é mentira, sinto que a qualquer momento meu telefone vai tocar e ela vai esta do outro lado da linha me chamando .’chel,chel’, vem fazer minha maquiagem.’chel, chel vem fazer bolo pra eu tomar com um cafezinho. Haaaaaa mas dói saber que essa ligação não vou mas receber. A morte é tão ingrata, te rouba algo tão precioso e importante. Fico me perguntando será que vou conseguir superar viver sem vc .Deus é onisciente sabia como eu iria sofrer então porque te lavar ???”.

“Mas no fundo eu sei a resposta dessa minha pergunta, ele preferiu te levar pq se ele deixasse vc voltar ele perderia você. Mas confesso cada conquista sem você fica sem cor . Queria te contar tanta coisa, vou me formar, o quarto das crianças está subindo, tenho alguns sonhos sendo realizado , vou começar meu técnico, vou me formar de novo e você não vai está….”.

“Eu vou arrumar as crianças e não vou conseguir te manda uma foto linda deles que você amava receber e tieta , tão babona nesses meninos . Haaa mãe, você vai fazer muita falta. Eu só tinha você. Você era minha mãe e literalmente meu pai . Hoje tô tão sozinha. Ta eu tenho as pessoas que me amam aqui me ajudando me levantando mas você. Você era meu chão, meu porto seguro ,meu socorro na terra . Obrigada por esses 33 anos ao seu lado”, finalizou.

Veterana do funk, MC Katia havia amputado a perna cinco dias antes de morrer. Ela estava lutando pela vida no CTI do Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio.

No começo de julho, Kátia deu entrada na unidade para retirar um mioma de 5cm do útero e por lá ficou. Diagnosticada também com trombose, a funkeira já havia comunicado aos seus seguidores que seria preciso amputar parte de um dos seus pés. Ela primeiro amputou mais da metade do pé, dias depois, a perna (acima do joelho).

“Sigo me recuperando da cirurgia do mioma, mas ainda tenho uma luta, pois ainda estou com problemas de circulação na perna. Infelizmente, vou perder metade do pé, que está necrosado”, disse ela na ocasião: “Estou conformada, pois não tem outro jeito. Os médicos estão fazendo de tudo, mas a minha vida vale mais. Se tem que ser assim… Meus dedos estão todos pretos. Infelizmente, o mioma e o cigarro fizeram isso comigo”, completou Katia, em entrevista ao EXTRA em julho.

A informação da morte foi divulga pela amiga Veronica Costa, a Mãe Loira do funk, nas redes sociais. Katia tinha conseguido uma prótese para a perna e estava recebendo ajuda de amigos do funk e fãs através de uma vaquinha virtual.

Tumor e trombose

Há um ano, Katia descobriu um tumor benigno no útero e, por causa disso, teve os rins comprometidos, deixando-a impossibilitada de andar. Ela também sofria de trombose. “Estou com medo dos meus rins pararem”, disse Katia ao EXTRA em 20 de julho.

Em 2020, após retomar sua carreira no funk, Katia participou do clipe “Rainha de Favela”, de Ludmilla, ao lado de outras pioneiras do funk carioca como Valesca Popozuda, MC Carol de Niterói e Tati Quebra Barraco.

“Há um ano, estou passando por problemas sérios de saúde. Hoje me encontro totalmente debilitada de tudo. Tenho um tumor benigno no meu útero. Vou operar e perder o útero e o ovário. Por causa desse mioma, meus rins estão parando de funcionar. E isso está me prejudicando, pois eu não estou conseguindo mais andar. Preciso tirar esse mioma para os meus rins voltarem a funcionar e eu poder voltar a andar”, disse ela, chorando, em um vídeo publicado em julho nas redes sociais.

Na ocasião, Kátia mostrou os exames, a perna e contou que estava sendo tratada pela SUS. “Os meus rins estão no limite. Estou com muita dor meu pé. Ele queima, doí. Estou urinando e evacuando pouco. Estou há semanas sem dormir por causa da dor. Não posso tomar nenhum remédio anti-inflamatório e antibiótico, porque faz os rins pararam. Além disso, estou com trombose”, continuou.

MC Kátia surgiu no cenário do funk no início dos anos 2000. Na época, mãe solteira e trabalhando como auxiliar de serviços gerais, ela deu voz às mulheres de comunidades e se projetou com o batidão “Ata Vai me Pegar”.

A história da MC mostra que dar a volta por cima é mesmo uma de suas características. Em 2008, depois de emplacar a música “Cabeça pra Baixo”, a funkeira sofreu um acidente e ficou três anos longe dos palcos. Depois, veio a depressão com o fim de um relacionamento. Ela retomou a carreira no funk em 2020.