Ganhar a Uefa Champions League é o ápice que um time pode atingir no futebol europeu, mas não significa necessariamente uma vida mais estável e tranquila a curto prazo. Bom, pelo menos essa tem sido a realidade do Chelsea, que ergueu o troféu mais cobiçado do continente no meio de 2021 e praticamente não conta com remanescentes daquele momento.
Dos 24 nomes que entraram em campo em algum momento daquela conquista, somente quatro seguem no clube, sem incluir Callum Hudson-Odoi, que deve ter confirmada em breve a sua saída.
A conta ainda leva em consideração o meio-campista Tino Anjorin, que atuou apenas na última rodada da fase de grupos, quando os Blues já tinham garantido a vaga no mata-mata. Hoje com 21 anos, ele não atua pelo time principal desde a temporada da conquista da Champions e jogou em 2022-23 cedido ao Huddersfield Town. Ou seja, dos nomes que realmente tiveram impacto no título europeu somente Thiago Silva, Ben Chilwell e Reece James permanecem no elenco, e todos com papeis importantes para um time que foi completamente reformulado e que, por conta disso, é uma grande incógnita para esta campanha.
Desde o início da última temporada, o clube londrino contratou nada menos do que 24 jogadores, sem contar João Félix e Denis Zakaria, que chegaram por empréstimo e não ficaram em definitivo.
Vale lembrar que ainda há expectativa para a chegada do meia Cole Palmer, do Manchester City. Com todos esses reforços, foram gastos 1,03 bilhão de euros, sendo que nem um outro time passou dos 435 milhões de euros neste intervalo com novos atletas. Os valores são do site Transfermarkt.
No mesmo período, o clube deixou de contar em definitivo com 25 nomes, entre vendas e saídas sem custos, sem contar atletas que foram/estão emprestados, como o caso atual de Romelu Lukaku, que foi cedido à Inter de Milão em 2022-23 e jogará pela Roma nesta campanha.
Tal cenário se deu após o Chelsea ter sido comprado por Todd Boehly, que se tornou acionista majoritário em maio de 2022. Mais do que a aposta de mudar o elenco inteiro em tão pouco tempo, ele também ousou em apostar em contratos muitos longos. Para enquadrar as contratações dentro do Fair Play Financeiro, os Blues apostaram em contratos muitos longos a diversos jogadores – Enzo Fernández, Mykhaylo Mudryk, Moisés Caicedo e Nicolas Jackson, por exemplo, assinaram até 2031, vínculo pouco mais longo do que Robert Sánchez (2030), Lesley Ugochukwu (2030), Malo Gusto (2030), Noni Madueke (2030), Benoît Badiashile (2030), Christopher Nkunku (2029), Axel Disasi (2029) e Wesley Fofana (2029).
A ideia é fazer com que se dilua a amortização dos valores de transferências. Se por um lado viabiliza os negócios, por outro acaba engessando as possibilidades do Chelsea em possíveis novas contratações, além de deixar o clube em uma situação bastante adversa caso não haja retorno técnico, o que é sempre um risco em qualquer contratação. O Chelsea pode até ser certo, até porque é mais fácil encontrar soluções no futebol quando se tem dinheiro. Mais ainda quando se tem muito dinheiro.
Porém, não dá para considerar o modelo nada saudável dos Blues como um exemplo a ser seguido. De qualquer forma, esse investimento sem precedentes no futebol torna o futuro a curto/médio prazo dos londrinos uma das histórias mais curiosas desta temporada.
Veja abaixo os jogadores contratados pelo Chelsea desde o começo da última temporada e os valores, segundo o Transfermarkt:
Veja abaixo os jogadores que saíram do Chelsea desde o começo da última temporada e os valores, segundo o Transfermarkt: