Em depoimento na 12ª DP (Copacabana), Karina de Assis Carvalho, amiga de Yuri de Moura Alexandre, preso por agredir o ator Victor Meyniel, afirmou que o ator tentou várias vezes voltar ao apartamento em que ela e Yuri moram e ameaçou Yuri depois de ter sido expulso do local. Ela diz que Victor foi expulso porque a estava importunando:
“Eu vou f*der com a sua Vida! Sua vida nunca mais será a mesma… Você não sabe quem sou!”, teria dito Victor, segundo ela.
Em nota, a defesa de Victor Meyniel afirmou que “nada justifica o cruel e covarde espancamento revelado pelas imagens do circuito interno do edifício, e a omissão de socorro cometida pelo porteiro”.
A defesa alega ainda que Victor reitera que “os socos se iniciaram quando ele, sem entender o motivo pelo qual havia sido expulso do apartamento, descalço, perguntou o que estava acontecendo a Yuri, se as pessoas não sabiam que ele era gay”. E que, no momento em que apanhava, ouviu Yuri dizer “eu não sou viado, você que é”.
Victor Meyniel foi agredido por Yuri com socos por quase 30 segundos na portaria de um prédio na rua Siqueira Campos, em Copacabana, na Zona Sul. A prisão em flagrante de Yuri foi mantida após audiência de custódia. Policiais alegaram que Yuri disse que Victor “havia desrespeitado sua esposa”.
No depoimento, Karina afirmou que sabe da orientação sexual de Yuri. Ela afirmou que o conhece desde 2017, quando os dois estudaram medicina em Vassouras, no interior do Rio, e que conheceu outros parceiros de Yuri e o ex-marido dele.
Ela contou que Victor Meyniel entrou no seu quarto sem bater na porta e a chamou de “chata e esquisita”.
Segundo Karina, naquele sábado (2), Yuri mostrou que estava com Victor em casa e que ela chegou a conversar com o ator através de uma chamada de vídeo.
Quarto invadido
Karina afirmou que, ao chegar em casa, falou rapidamente com Yuri e Victor e depois foi para o quarto tentar dormir. Segundo o depoimento, o ator entrou no seu quarto pelo menos três vezes, a importunando e a chamando de “esquisita”.
Ela disse que pediu para Yuri tirar Victor do quarto. Segundo ela, Yuri foi até lá e o ator reclamou: “Você pediu para o Yuri me tirar daqui? “.
No depoimento, ela diz que Yuri disse a Victor para deixar o apartamento:
“Você não vai tratar minha amiga assim. Ela mora aqui. Aqui é a casa dela. Você vai embora agora”
Segundo ela, Victor Meyniel não queria descer para a portaria e ficava forçando a porta para sair do elevador e retornar para o apartamento.
Quando já estava dormindo, Karina diz que recebeu uma ligação do porteiro avisando que ela teria que ir até a 12ª DP para levar os pertences de Yuri.
Nota da defesa de Victor Meyniel na íntegra:
“Já esperávamos um depoimento favorável ao agressor, considerando que ele e a depoente são amigos e que em casos similares, a regra é tentar culpar a vítima pelo grave ataque que sofreu.
A verdade é uma só e o depoimento parcial da amiga do agressor é incapaz de justificar o injustificável: o cruel e covarde espancamento revelado pelas imagens do circuito interno do edifício, e a omissão de socorro cometida pelo porteiro.
Victor reitera que os socos se iniciaram quando ele, sem entender o motivo pelo qual havia sido expulso do apartamento, perguntou o que estava acontecendo a Yuri, se as pessoas não sabiam que ele era gay. E que, no momento em que apanhava, ouviu Yuri dizer “eu não sou viado, você que é”.
Os advogados confiam no bom trabalho de apuração policial e na justiça.”