Kayky segue sedado e entubado. O motorista e a passageira do veículo já prestaram depoimento. Perícia terá 30 dias para afirmar se houve ou não excesso de velocidade.
O ator Kayky Brito, de 34 anos, atropelado na madrugada de sábado (2), permanece internado e em estado grave. Contudo, de acordo com o último boletim médico divulgado pelo Hospital Copa D’Or nesta quinta-feira (7), ele vem apresentando uma “resposta satisfatória ao tratamento”.
“O Hospital Copa D’Or informa que o paciente Kayky Fernandes Brito permanece com o quadro clínico sem alterações e resposta satisfatória ao tratamento”.
Após o acidente, o ator havia sido internado no Hospital Miguel Couto e, no mesmo dia, foi transferido para o hospital particular. Ele segue internado na UTI, sedado e em ventilação mecânica. O acidente aconteceu na Avenida Lucio Costa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
O estado de saúde
Kayky sofreu traumatismo craniano e múltiplas fraturas pelo corpo com o impacto do atropelamento. Segundo o médico ortopedista Alberto Gotfryd, do Hospital Israelita Albert Einstein, o politraumatismo indica uma lesão grave de ao menos dois órgãos ou duas partes distintas do corpo. Apesar da gravidade do acidente, sua coluna está preservada.
Ele passou por uma cirurgia de fixação de uma fratura da pelve e outra do braço direito. O estado era considerado gravíssimo. Casos de politraumatismo podem incluir lesões cerebrais, fratura de ossos, lesões na coluna, hemorragias, entre outras complicações.
Já o traumatismo craniano é uma lesão causada por um impacto na região da cabeça e em casos graves há sangramentos, perda de consciência, dificuldade para falar, náuseas e vômitos.
Ele segue internado na UTI, sedado, para se recuperar das cirurgias. O quadro é considerado estável, de acordo com uma postagem feita pela irmã de Kayke, Sthefany, nas redes sociais.
O acidente
Um motorista de aplicativo, cuja identidade não foi revelada, atropelou o ator enquanto conduzia uma outra passageira na região da Barra da Tijuca, na altura do número 4.700. O motorista parou para prestar socorro e o corpo de bombeiros foi acionado por volta de 1h da manhã. O rapaz foi socorrido e levado ao Hospital Miguel Couto, no Leblon, na Zona Sul da cidade.
Em seguida, o condutor foi encaminhado à 16ª DP (Barra da Tijuca) e ao Instituto Médico-Legal (IML) do Centro do Rio, onde fez o exame de alcoolemia. Segundo a polícia, não foi constatada a ingestão de bebida alcoólica pelo atropelador, que foi autuado por lesão corporal de trânsito.
A investigação
Em depoimento à polícia, o motorista afirmou que Kayky cruzou a pista repentinamente, correndo. Contou ainda que tentou desviar, jogando para a faixa da direita, mas não conseguiu evitar a colisão.
Na segunda-feira (4), a passageira que estava no carro de aplicativo prestou depoimento. Ela afirmou à polícia que o veículo estava dentro do limite de velocidade da via, que é de 70 km/h.
O próximo passo da investigação é saber se o carro estava ou não em excesso de velocidade e, para isso, foi solicitada uma perícia. Uma câmera de segurança registrou imagens do acidente e elas corroboram a versão apresentada pelo motorista para os policiais. O caso foi registrado como lesão corporal culposa, ou seja, sem intenção de produzir os ferimentos.
O carro também tinha uma câmera interna, e o motorista costumeiramente gravava as corridas. A informação é do delegado Ângelo Lages, titular da 16ª DP (Barra). As imagens internas serão analisadas entender a dinâmica do evento.
Ainda de acordo com o delegado, o setor de perícia terá 30 dias para afirmar se o motorista estava ou não correndo. A velocidade permitida na via, que é de 70 km/h, deve diminuir, de acordo com o prefeito Eduardo Paes.
Na quarta-feira (6), o ator Bruno de Luca também prestou depoimento, que durou pouco mais de uma hora. Testemunha ocular do acidente, ele disse estar “aliviado, apesar de estar traumatizado”.
Além de Bruno, a polícia também ouvirá o funcionário do quiosque onde os dois atores estavam. Edivan Martins disse que a cena do atropelamento foi forte e não conseguiu trabalhar no dia seguinte: “Foi muito triste.”