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Antes de atingir jovem que morreu, ultraleve passou perto de outras pessoas em aeroclube

Caroline Ribeiro — Foto: Reprodução/Redes sociais

Imagens obtidas pelo g1 mostram o ultraleve que atingiu a estudantes Caroline Kethlin de Almeida Robeiro, de 22 anos, passando perto de outras pessoas que caminhavam no Aeroclube de Nova Iguaçu, pouco antes do acidente, no sábado (9).

O registro foi feito no mesmo dia e mostra a aeronave próxima a duas pessoas que andavam do lado direito da pista. Uma terceira pessoa aparece correndo do lado esquerdo, um pouco mais distante.

Caroline, que estudava em Campinas, no interior de São Paulo, e passava o feriado de Independência com a família em Nova Iguaçu, corria na pista quando sofreu uma pancada na cabeça.

Homicídio culposo
O caso foi registrado na 58ª DP (Posse), que investiga o acidente. O delegado José Mário Salomão de Omena, titular da 58ª DP, vai realizar uma perícia com a utilização de um drone para sanar as dúvidas do caso.

Os agentes ainda vão realizar a perícia da aeronave e analisar quais foram as condições do acidente. A polícia também vai ouvir testemunhas para entender como tudo aconteceu. O caso foi registrado como lesão corporal, mas foi alterado para homicídio culposo, quando não há intenção de matar. O nome do piloto não foi divulgado.

“Queremos entender se ela caminha na pista ou na lateral; queremos entender se o piloto pousava ou decolava. Precisamos ter um norte e entender as versões. Aquela pista tem 1.120 metros de comprimento e 30 metros de largura. O que se sabe é que, por algum motivo, a aeronave perdeu o eixo da pista e atropelou a jovem. Ainda não sabemos o que motivou o acidente. Mas faremos a perícia para entender onde tudo aconteceu e de que forma o ultraleve atingiu a vítima”, pontuou.

Anac: pista não é certificada
O delegado diz que a investigação também busca descobrir se o local estava liberado para voos e se a jovem poderia caminhar no local.

“Ali foi uma sucessão de erros e temos que detalhar todos eles”, destacou.

Em nota, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que o Aeroclube de Nova Iguaçu não é certificado pela entidade para oferta de cursos de formação de pilotos nem consta no cadastro de aeródromos privados da agência.

Já a Força Aérea Brasileira (FAB) disse que investigadores do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa III), ligado ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), foram acionados para realizar a Ação Inicial da ocorrência no Aeroclube de Nova Iguaçu.

E que “a conclusão das investigações terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade de cada ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes”.

Em nota, a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) lamentou a morte de Caroline Kethlin.

Família autorizou doação de órgãos da jovem
Ela foi levada para o Hospital Geral de Nova Iguaçu, onde deu entrada em estado grave, e teve morte cerebral constatada no domingo (10). A família da jovem, que era doadora de órgãos, apoiou a decisão da estudante e autorizou a captação de órgãos dela.

O procedimento foi feito na manhã da segunda-feira (11), e ganhou homenagem de médicos e enfermeiros, que aplaudiram o momento em que o corpo de Caroline seguia para a cirurgia (veja no vídeo abaixo)

Foram captados dois rins e o fígado, e que foram levados imediatamente para pacientes que estão na fila de transplante do estado.

Como funciona a fila de transplantes do SUS
O coração da jovem não pôde ser captado por causa do tempo de viabilidade do órgão, que precisa ser retirado e transplantado em até 4 horas. A logística e o fato de não ter o receptor compatível com as características de Caroline na fila de espera prejudicaram esse procedimento.

Caroline Ribeiro vai ser sepultada na terça-feira (12), às 16h,no Cemitério Parque Jardim, de Mesquita, na Baixada Fluminense.