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Menina baleada por agente da PRF morre após 9 dias internada

A menina tinha tido uma piora no quadro médico nesta quarta (13).

Reprodução

Menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, foi baleada dentro do carro da família no Arco Metropolitano

A menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, teve uma piora clínica e morreu às 9h22 deste sábado (16). Ela estava internada desde o dia 7 de setembro, quando foi atingida por um tiro na cabeça durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal.

Segundo o boletim médico divulgado pela secretaria de Saúde de Caxias na manhã desta quarta, a criança tinha tido uma pequena piora no estado de saúde, que já era considerado instável e gravíssimo.

Heloísa estava internada no Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias. Ela estava no carro com a família quando foi baleada no Arco Metropolitano, na altura de Seropédica.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Ministério Público Federal (MPF) identificaram e investigam a conduta do agente da PRF que esteve à paisana hospital onde está internada a menina Heloísa.

Imagens das câmeras de segurança do hospital mostram o homem entrando no local, sem se identificar, e sendo seguido por um segurança até o corredor da emergência pediátrica. O nome do policial rodoviário federal não foi divulgado.

William Silva, pai de Heloísa, esteve nesta segunda-feira (11) no MPF para prestar depoimento. Ele contou que chegou a conversar com o agente da PRF que esteve no local.

“[Ele] não se sentiu ameaçado, chegou a conversar com esse policial. No curso das investigações, se ficar provado que esse policial entrou no CTI sem autorização, evidentemente pode ser caracterizado um abuso de autoridade sem prejuízo de sanções disciplinares por parte da PRF”, disse o procurador da República, Eduardo Benones, que investiga o caso.

Agente não tinha autorização, diz PRF
A corregedoria da Polícia Rodoviária Federal informou que identificou o agente e está investigando a conduta dele.

“A Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal foi ao hospital no mesmo dia e identificou o policial que esteve na unidade sem autorização. Por padrão, a PRF não divulga informações pessoais dos seus servidores. Como a presença se deu sem autorização e sem o conhecimento da PRF, foi aberto um procedimento na Corregedoria para apurar as razões”, informou a PRF em nota.

Policial admitiu tiro
No primeiro depoimento dos policiais prestado à Polícia Civil, o agente Fabiano Menacho Ferreira admitiu ter feito os disparos de fuzil que atingiram a menina.

Ele disse que os policiais tiveram a atenção voltada para o veículo Peugeot 207, e que a placa indicava que o carro era roubado.

Eles seguiram atrás do veículo, ligaram o giroflex e acionaram a sirene para que o condutor parasse, mas que, depois de cerca de 10 segundos atrás do veículo, escutaram um som de disparo de arma de fogo e chegaram a se abaixar dentro da viatura.

Fabiano Menacho disse que, então, disparou três vezes com o fuzil na direção do Peugeot porque a situação o fez supor que o disparo que ouviu veio do veículo da família de Heloísa.

Os outros agentes, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva, confirmaram a versão do colega.

Desde o primeiro momento, a família disse que o tiro partiu de uma viatura da PRF.