Na delegacia, Alexsander confirmou ter exigido que Thiago subisse, mas negou as ofensas racistas e disse que se sentiu ameaçado.
Um entregador de aplicativo diz ter sido alvo de ofensas racistas por um policial federal ao atender a um pedido na noite deste sábado (23), em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Após o bate-boca, dezenas de motoboys fizeram uma manifestação no local do incidente. O caso foi registrado na 12ª DP (Copacabana) como injúria e ameaça.
Segundo Thiago Santos Silva, de 31 anos, que trabalha para o Zé Delivery, o cliente Alexsander Canto Mielke, escrivão da Delegacia de Repressão a Crimes Previdenciários (Deleprev) da Polícia Federal (PF) de 56 anos, exigiu que o entregador subisse até o apartamento, em um prédio na Rua Belford Roxo — caso contrário, cancelaria a compra, que ainda não tinha sido paga.
Thiago afirmou que acabou subindo e, na porta de Alexsander, informou que existe uma normativa do Zé Delivery sobre deixar os pedidos na portaria. Segundo o entregador, o agente da PF passou a ofendê-lo, chamando-o de “preto safado” e “ladrão”.
A discussão continuou, e Thiago contou que policial sacou uma pistola da cintura e disse que “ia explodi-lo ali mesmo”.
O entregador então ligou para o patrão para relatar o incidente, e minutos depois dezenas de colegas foram para a Rua Belford Roxo em protesto. A PM foi chamada e levou Thiago e Alexsander para a delegacia, onde prestaram depoimento. Ambos foram liberados.
Na 12ª DP, Alexsander confirmou ter exigido que Thiago subisse, mas negou as ofensas racistas. Ele contou também ter sacado a arma porque se sentiu ameaçado pelo entregador.
A TV Globo tentou falar novamente com os envolvidos, mas nenhum deles atendeu às ligações.
A versão do entregador
A versão do policial