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De vilão a herói: como Rodrigo Nestor superou críticas da torcida para virar protagonista do título do São Paulo na Copa do Brasil

Rubens Chiri/São Paulo Futebol Clube

Rubens Chiri/São Paulo Futebol Clube

Joia das categorias de base, Rodrigo Nestor foi o grande nome do São Paulo na final da Copa do Brasil contra o Flamengo. Muito criticado pela torcida, o meia superou a desconfiança para virar protagonista e ser fundamental na conquista do inédito título para o clube.

Revelado em Cotia, o atleta estreou no profissional em 2020 e foi ganhando seu espaço. Em 2021, saindo do banco de reservas, ele foi peça importante na conquista do Campeonato Paulista, quando deu assistência para o gol de Luciano, que decretou a vitória por 2 a 0 contra o Palmeiras no Morumbi e o título do Tricolor.

Quando passou a ser titular em 2022, Nestor também conseguiu números expressivos, terminando a temporada com oito gols e 11 assistências. Contudo, pelas derrotas na final do Paulistão e da CONMEBOL Sul-Americana, ele passou a receber duras críticas da torcida.

Em 2023, as reclamações não pararam não cessaram e até chegaram a aumentar após eliminação do clube no estadual, com ele recebendo até vaias em algumas partidas. Em entrevista ao programa Bola da Vez, em julho deste ano, o meia chegou a comentar sobre o assunto.

“Acho que eles me criticam porque eu cheguei a um tamanho que tantos queriam chegar. Lógico, ninguém gosta de ser vaiado. Mas é uma equipe gigante que está carente de títulos. Talvez eles me escolhem na hora da dificuldade. Então, se o nosso time não ganhar, é culpa do Nestor, ou foi porque o Nestor não fez isso. Lógico, eu também erro. Reconheço meus erros. Muitas vezes, para mim, pesam a mão”, explicou.

A perseguição chegou a ser tanta que, mesmo após uma grande vitória contra o San Lorenzo, em agosto, onde foi peça importante do time, ele teve a mãe ameaçada de morte por um torcedor.

Contudo, os que criticavam tanto tiveram que aplaudir. Na grande decisão da Copa do Brasil, ele chamou a responsabilidade. No confronto de ida, no Maracanã, além do primeiro tempo de gala, ele deu assistência perfeita para Calleri fazer o gol da vitória. Já na volta, no Morumbi, quando o Tricolor estava acuado após ver o Flamengo abrir o placar, o camisa 11 acertou chute primoroso e igualou o marcador.

O empate deu o título ao São Paulo, que conquistou o campeonato pela primeira vez em sua história. Para o jogador de 23 anos, o segundo troféu pelo clube teve um sabor mais do que especial, já que o primeiro, pela pandemia da COVID-19, não pode contar com a torcida no Morumbi.

E uma das grandes mágoas de Rodrigo é seu avô, que se chamava Nestor, não ter conseguido velo jogando no estádio. O querido parente acabou falecendo em 2021 devido a COVID-19. Por isso, o meia utiliza o nome dele na camisa como forma de homenagem.

“Sei que ele está me olhando lá de cima. Meu avô era uma pessoa sensacional. Uma pena que ele não conseguiu me assistir ao vivo no Morumbi, que eu tenho certeza que era um sonho dele e meu também. Mas sei que ele está me olhando lá de cima e está muito orgulhoso. Esse nome na camisa é só para aumentar e glorificar o nome dele”, detalhou.

Substituído aos 38 da decisão contra o Flamengo, Rodrigo Neste teve seu nome ovacionado pela torcida no Morumbi e viu aqueles que o criticavam o idolatrarem.