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Greve afeta linhas de Metrô e CPTM em São Paulo; Governo suspende aulas e serviços públicos

Ônibus lotado durante greve do metrô em SP em março de 2023 — Foto: Reprodução/TV Globo

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), decretaram ponto facultativo nesta terça-feira (3) nos órgãos públicos da cidade por conta da greve anunciada por trabalhadores do Metrô, da CPTM e da Sabesp.

As categorias definiram a paralisação em assembleia na noite desta segunda-feira (2) em protesto contra os planos de privatização das companhias.

A greve começou à 0h desta terça, e a previsão é que ela dure 24 horas. O rodízio foi suspenso, mas a Zona Azul segue funcionando.

Até por volta de 8h, estavam sendo afetadas as seguintes linhas: 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha, 10-Turquesa, 12-Safira e 13-Jade.
Funcionavam parcialmente, até por volta de 8h, as seguintes linhas: 7- Rubi (de Caieiras a Luz) e 11-Coral (de Guaianases a Luz)
As seguintes linhas, geridas pela iniciativa privada, funcionavam normalmente: 4-Amarela, 5-Lilás, 8-Diamante e 9-Esmeralda

A circulação de trens do Metrô e da CPTM foi afetada no início desta manhã mesmo após a Justiça do Trabalho determinar que os sindicatos dos metroviários e dos ferroviários mantivessem 100% da frota circulando nos horários de pico e 80% nos demais horários. Leia mais sobre a decisão da Justiça ao fina da reportagem.

Governador fala em greve ‘ilegal, política e abusiva’
O governador Tarcísio de Freitas afirmou nesta terça que a privatização não é motivo para paralisação e afirmou considerar a greve do Metrô e da CPTM “política, ilegal e abusiva”.

“Infelizmente aquilo que a gente esperava tá se concretizando. Temos aí uma greve de Metrô, CPTM, uma greve ilegal, uma greve abusiva, uma greve claramente política, uma greve que tem como objetivo a defesa de um interesse muito corporativo. E quem tá entrando em greve tá se esquecendo do mais importante, que é o cidadão”, afirmou em pronunciamento no Palácio dos Bandeirantes.

Serviços suspensos devido ao ponto facultativo
As aulas da rede estadual estão suspensas. Já as aulas das escolas e creches municipais estão mantidas;
O rodízio de veículos também foi cancelado;
As consultas em Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) da capital e em outras unidades de saúde estaduais estão suspensas, mas terão seus reagendamentos garantidos;
O ponto facultativo será estendido também ao funcionamento da Assembleia Legislativa do estado e ao Judiciário.

(CORREÇÃO: ao publicar esta reportagem, o g1 errou ao informar que o Poupatempo estaria fechado por conta da greve. As unidades funcionam normalmente. Esta reportagem foi corrigida às 7h46.)

Operação especial para ônibus

A frota de ônibus da capital estará 100% em operação, segundo o prefeito. “Há um número maior de ônibus nos horários de pico, e no entrepico diminui, mas amanhã será a carga o dia todo”, afirmou.

A SPTrans ampliou o itinerário de 25 linhas municipais de ônibus, para permitir que os passageiros consigam chegar mais próximo de locais com maior concentração de comércio e serviços (confira abaixo).

Segundo a Secretaria dos Transportes Metropolitanos, o sistema Paese não será acionado nesta terça, já que ele funciona apenas em casos de emergência.

A EMTU determinou que as operadoras do sistema metropolitano reforcem as frotas em pontos estratégicos da Grande São Paulo, de acordo com a necessidade do momento.

Determinações da Justiça do Trabalho
A Justiça do Trabalho decidiu que os sindicatos dos metroviários e dos ferroviários mantenham 100% da frota circulando nos horários de pico e 80% nos demais horários.

Além disso, determinou que o Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgoto e Meio Ambiente mantenha 85% dos servidores em serviços essenciais, em atividade, durante todo o dia.

A respeito da decisão da Justiça, o Sindicato dos Ferroviários afirmou, em nota, que “o departamento jurídico do sindicato já está tomando as providências”.

Em comunicado, o Sindicato dos Metroviários e Metroviárias informou que recorreu da decisão. “No recurso argumentamos que o direito de greve é constitucional e cabe aos trabalhadores decidirem sobre os interesses pertinentes à categoria.”

O Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente também informou que recorrerá da decisão da Justiça.