Evento tem o apoio do Governo do Estado e presta uma homenagem à vida e obra da renomada artista alagoana, um dos principais expoentes da arte Naïf brasileira
De 6 de outubro a 10 de novembro, o Complexo Cultural do Teatro Deodoro se transformará em um espetáculo visual de cores e beleza ao receber a exposição “Das Lagoas ao Imaginário Popular”. A exposição é uma colaboração entre a artista têxtil Parísina Ribeiro, de Diamantina MG, e o curador André Cunha, de Paraty RJ, em homenagem à vida e obra da renomada artista alagoana Tânia de Maya Pedrosa, um dos principais expoentes da arte Naïf brasileira. O evento tem o apoio do Governo do Estado de Alagoas.
Mais de sessenta artistas Naïfs de diversas partes do Brasil contribuíram para a exposição, retratando em telas pintadas e bordadas a trajetória de Tânia, suas obras e sua influência na cultura popular brasileira.
“Das Lagoas ao Imaginário Popular”, que originalmente aconteceu entre julho e agosto de 2023, na Galeria de Arte André Cunha, na histórica cidade de Paraty, Rio de Janeiro, será reproduzida em Maceió durante o mês de outubro com a colaboração de artistas alagoanos convidados, além das obras originais de Tânia e de parte de sua coleção de arte popular.
O evento contará com pesquisadores, artistas e galeristas de todo o país, proporcionando um amplo leque de atividades culturais relacionadas à arte popular. Com essa iniciativa, Alagoas se tornará, em outubro, a capital do Naïf no Brasil, celebrando o legado e a influência artística de Tânia de Maya Pedrosa nos seus 90 anos de vida.
A Galeria de Arte André Cunha, estabelecida em 2018 pelos sócios André Cunha e Pedro Cruz, juntamente com o mini museu Naif-Miman, tem como propósito promover e difundir a produção brasileira de arte Naïf, estimulando a interação entre artistas, curadores, colecionadores e o público em geral.
Na exposição, as mulheres alagoanas assumem posição central, não apenas nas obras de Tânia, mas, também, nas criações de dezenas de artistas Naïf de Alagoas e do Brasil, que capturaram suas vidas em telas pintadas e bordadas. Esta exposição, que celebra a resiliência e criatividade de Tânia e suas contemporâneas, é um tributo à essência da arte Naïf. Ao iluminar a realidade por meio de seus traços, Tânia Pedrosa eterniza histórias e reafirma o poder transformador da arte.
TÂNIA: DO POPULAR AO NAÏF
A artista alagoana Tânia de Maya Pedrosa, nascida em Maceió, em 27 de outubro de 1933, filha do empresário e ambientalista pioneiro Paulo Pedrosa, e da professora de piano clássico Benita Mathilde Pedrosa, é pintora, escritora, curadora, colecionadora de arte popular. Ela se tornou uma das mais importantes pintoras de arte naif do país, com obras consagradas em salões de arte e bienais no Brasil e na Europa.
Tânia descobriu sua paixão pela arte desde menina. Transitou pela literatura, pela moda e, finalmente, pela pintura. Apaixonada pela arte popular, é uma colecionadora reconhecida por críticos de arte, galeristas, documentaristas e museólogos. Dedicou grande parte de sua vida à busca e valorização de artistas muitas vezes anônimos.
A artista sempre esteve presente nos grandes eventos nacionais e internacionais, como o Festival de Cinema de Penedo, festivais de arte popular na Europa, bienais e exposições de grande relevo. Foi amiga de personagens ilustres da literatura, das artes plásticas, do cinema e da moda, como Aurélio Buarque de Holanda, Ledo Ivo, Roberto Burle Marx, Fernando Lopes, e críticos de arte do Brasil e da Europa, a exemplo de Laurent Danshin e Ceres Franco.