Daniel Sonnewend Proença, de 32 anos, passou por cirurgia após ser atingido na quinta. Outros três médicos morreram. Câmera de quiosque gravou criminosos saindo de carro e atirando em grupo. Principal hipótese é deu que vítimas foram confundidas com outro alvo dos bandidos.
“Pessoal, eu tô bem, viu? Tá tudo tranquilo graças a Deus. Só algumas fraturas, mas vai dar certo. A gente vai sair dessa juntos. Valeu pela preocupação. Obrigado!”, disse o médico paulista Daniel Sonnewend Proença, de 32 anos, que foi baleado 14 vezes mas sobreviveu ao ataque de criminosos em um quiosque Rio de Janeiro, na quinta-feira (5).
Três outros médicos, colegas dele, morreram: Diego Ralf Bomfim, Marcos de Andrade Corsato e Perseu Ribeiro Almeida.
A declaração de Daniel foi divulgada nesta sexta (6) num vídeo postado nas redes sociais (veja acima). Nas imagens, ele aparece com uma máscara e deitado na cama de um hospital enquanto é filmado por outra pessoa. A gravação foi divulgada inicialmente na página da jornalista Lu Lacerda no Instagram, que é aberta ao público. A rede social do médico é privada.
Segundo o último boletim médico sobre o seu estado de saúde é estável, Daniel está lúcido, orientado e respira sem a ajuda de aparelhos. Ele deu entrada no Hospital Lourenço Jorge, onde passou por uma cirurgia ortopédica nas pernas, mas foi transferido depois para o Hospital Samaritano Barra.
O médico se formou pela Faculdade de Marília, interior de São Paulo, em 2016, e é especialista em cirurgia ortopédica.
Diego Ralf Bomfim, Marcos de Andrade Corsato e Perseu Ribeiro Almeida — Foto: Reprodução
Os quatro médicos baleados estavam no quiosque em frente ao hotel onde tinham se hospedado para participar de um congresso internacional de ortopedia. A ação criminosa foi gravada por câmeras.
Três criminosos desceram de um carro branco e foram em direção aos amigos, que acabaram baleados. Ao menos 33 disparos foram feitos pelos bandidos. A ação durou cerca de 30 segundos.
Até a última atualização desta reportagem nenhum suspeito pelo crime foi identificado ou preso. As polícias do Rio e de São Paulo investigam o caso, trocando informações. A Polícia Federal (PF) também apura quem cometeu a chacina e por quais motivos.
Diego era irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP). A PF investiga se o crime teve motivação política. Mas até o momento a principal hipótese é de que as vítimas tenham sido confundidas com um miliciano que seria alvo de traficantes. E por esse motivo parte do grupo acabou morta por engano.