Política

Segundo avião da FAB decola para resgatar brasileiros em Israel

Aeronave tem capacidade para 230 passageiros e partiu de Brasília. Prioridade é buscar brasileiros que estão em Israel a trabalho ou turismo. Mais quatro aviões estão prontos para missão.

Uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) decolou, por volta das 16h30 desta segunda-feira (9), para a operação de resgate de brasileiros em Israel e na Palestina. O avião, que partiu de Brasília, é o segundo disponibilizado pela FAB para a missão.

Divulgação

Avião KC-30, da Força Aérea Brasileira, que vai resgatar brasileiros em Israel

Segundo a Força Aérea, a aeronave, um KC-30, deverá pousar primeiro em Roma, capital da Itália. O primeiro destino servirá como uma espécie de base logística para a operação de repatriação de brasileiros durante as tensões entre Israel e o grupo extremista Hamas.

 

O avião ficará na capital italiana até que recebam “autorização para prosseguir” a Israel. De acordo com a FAB, o modelo KC-30 tem capacidade para até 230 passageiros.

Em nota divulgada nesta segunda, o Ministério das Relações Exteriores informou que já recebeu autorização de Israel para os sobrevoos e pousos de repatriação.

Na madrugada desta segunda (8), um outro avião da FAB, também do modelo KC-30, pousou em Roma.

A aeronave deve retornar ao Brasil na madrugada de quarta (11), após o resgate de brasileiros em Tel Aviv na tarde de terça (10).

Segundo a FAB, o governo brasileiro planeja buscar 900 brasileiros em Israel de terça até sábado (14).

Missão de resgate

A operação para resgatar brasileiros na área do conflito foi anunciada no domingo (8). Além dos aviões que já decolaram, a Força Aérea Brasileira informou que mais quatro aeronaves estão prontas para a missão:

  • dois KC-390, com capacidade para até 80 passageiros cada;
  • e dois VC-2, cedidos pela Presidência da República, que podem transportar até 38 passageiros cada.

Segundo as informações divulgadas pelo Ministério das Relações Exteriores, o resgate vai priorizar brasileiros que moram no Brasil e estavam em Israel a trabalho ou passeio.

No início da manhã desta segunda, o governo já havia sido contatado por 1.744 brasileiros — 73,2% não têm cidadania israelense.

Os cidadãos incluídos nas listas deverão ser contatados por telefone. A expectativa é que a Embaixada do Brasil em Israel organize pontos de encontro e, a partir deles, transporte os brasileiros por ônibus até a área de embarque.

Contatos para brasileiros

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a embaixada do Brasil em Tel Aviv disponibilizou em seu site um formulário para inscrição de brasileiros interessados nos voos de repatriação. A embaixada transmitirá instruções para deslocamento ao aeroporto de Ben-Gurion à medida que se confirmem os voos.

O site da embaixada é: https://www.gov.br/mre/pt-br/embaixada-tel-aviv

No sábado, o ministério também informou três contatos para brasileiros em situação de emergência – os três, com o aplicativo WhatsApp instalado:

  • Escritório em Ramala: +972 (59) 205 5510
  • Embaixada em Tel Aviv: +972 (54) 803 5858
  • Plantão consular geral, em Brasília: +55 (61) 98260-0610

Até este domingo, o Itamaraty tinha identificado um brasileiro ferido e três desaparecidos em Israel. Não há registro de brasileiros entre os mortos.

Imagens da guerra entre Hamas e Israel, com ataques na Faixa de Gaza e movimentação de tropas militares

O conflito

Como começou o conflito entre o Hamas e Israel?

A mais recente disputa na região começou em 7 de outubro, quando o Hamas realizou um ataque-surpresa contra Israel. Essa foi a mais violenta ação contra o território israelense dos últimos 50 anos. Os serviços de inteligência do país não conseguiram antecipar que uma ofensiva dessa magnitude estava sendo preparada.

O que é o Hamas?

O grupo extremista armado é uma das maiores organizações islâmicas do mundo e, desde 2007, controla a Faixa de Gaza. O Hamas é considerado um grupo terrorista por países como os Estados Unidos e o Reino Unido.

Como foi o ataque?

As ações se concentraram perto da fronteira da Faixa Gaza, de onde Hamas lançou 5 mil foguetes. Por terra, ar e mar, com motos e parapentes, homens armados invadiram o território israelense pelo sul do país. Houve relatos de que os invasores atiraram em pessoas que estavam nas ruas e sequestraram dezenas de israelenses (incluindo mulheres e crianças), levados como reféns para Gaza.

Como foi a resposta de Israel?

Diante da ofensiva do Hamas, o governo israelense iniciou uma retaliação. “Estamos em guerra e vamos ganhar”, disse o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, logo após o ataque. “O nosso inimigo pagará um preço que nunca conheceu.” Ainda em 7 de outubro, Israel lançou bombas em direção à Faixa de Gaza.

Quantas pessoas morreram?

O balanço mais recente das autoridades locais indica que ao menos 1.300 pessoas morreram, sendo 800 em Israel, 493 na Faixa de Gaza e 7 na Cisjordânia. Milhares de pessoas ficaram feridas.

O que é e onde fica Faixa de Gaza?

É território palestino localizado em um estreito pedaço de terra na costa oeste de Israel, na fronteira com o Egito. Marcado por pobreza e superpopulação, tem 2 milhões de habitantes morando em um território de 360 km² — um pouco menor que Santa Catarina. Tomada por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e entregue aos palestinos em 2005, Gaza vive um bloqueio de bens e serviços imposto por seus vizinhos de fronteira.

Qual é o histórico do conflito na região?

A disputa entre Israel e Palestina se estende há décadas e já resultou em inúmeros enfrentamentos armados e mortes. Em sua forma moderna, remonta a 1947, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs a criação de dois Estados, um judeu e um árabe, na Palestina, sob mandato britânico.

Quando Israel foi reconhecido como um Estado?

Em 1948. Desde então, vem ocorrendo uma disputa por território na região, e vários acordos já tentaram estabelecer a paz na região, mas nehum deles teve sucesso.

Qual é a diferença entre israelenses e palestinos?

Israelenses são cidadãos do Estado de Israel, criado em 1948. Palestinos são o povo etnicamente árabe, de maioria muçulmana, que habitava a região entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo.