O vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) prepara uma ação na Justiça na tentativa de reaver o porte de arma, cuja renovação foi negada pela Polícia Federal (PF). O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro alega sofrer ameaças e, apesar de ainda ter direito de recorrer à própria PF, deve optar pela via judicial, por considerar improvável uma decisão favorável da corporação.
O parlamentar teve o porte de uma pistola calibre .380 suspenso pela PF em julho. Aliados dizem que agora ele vai apresentar um mandado de segurança na Justiça Federal do Rio contra o superintendente da PF no estado, Leandro Almada, nomeado já no governo Lula pelo atual ministro da Justiça, Flávio Dino.
À Polícia Federal, Carlos pediu a renovação da concessão de porte de arma de fogo por cinco anos em todo o país. Ele argumenta nunca ter se envolvido em “situação que desabone sua conduta portando arma de fogo” e afirma ter “a cabeça a prêmio por sua atuação política”.
O vereador cita o atentado a faca sofrido pelo pai, durante a campanha eleitoral de 2018, e lembra que “mora no Rio de Janeiro, um dos municípios mais violentos do estado em que ocupa função pública”, além de afirmar que possui qualificação técnica para operar o armamento.
Na negativa, a PF contra-argumentou que “a documentação juntada não é suficiente para comprovar a efetiva necessidade por ameaças e riscos individualizados, plausíveis e atuais à sua integridade física, que justifiquem a concessão excepcional do porte”.
Em publicação nas redes sociais, o vereador criticou a decisão da PF e chamou o indeferimento de “redondamente orquestrado”.
O vereador também tentou comprar outra arma, uma pistola 9 mm. Entretanto, desde julho, quando Lula assinou um novo decreto presidencial para controle de armas de fogo, este tipo de armamento passou a ser restrito, fazendo com que Carlos também tivesse o pedido de compra negado.
Futuro alvo da ação de Carlos, Almada comanda a PF no Rio desde fevereiro. Há 14 anos na corporação, onde também chefiou as superintendências do Amazonas e da Bahia, ele ganhou projeção ao conduzir a investigação que indicou haver uma organização criminosa atuando para atrapalhar a elucidação do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.