Brasil

Mineiro é convocado por Exército de Israel, e família espera retorno: ‘são dias difíceis’

Raphael Ramos, de 26 anos, serviu ao exército israelense por três anos e estava na lista de reservistas. Ele está longe de casa desde 7 de outubro, quando os ataques do Hamas começaram.

Arquivo pessoal

Mineiro está entre soldados convocados na guerra entre Israel e Hamas

O mineiro Raphael Ramos, de 26 anos, se despediu da família carregando uma mochila, itens de sobrevivência e a promessa de conseguir voltar em paz para casa. O jovem é um dos soldados que atua na guerra entre Israel e o grupo palestino Hamas, que teve início no dia 7 de outubro, dia da sua convocação.

O conflito entrou em seu 10º dia nesta segumda-feira (16) e já é o mais mortal em Gaza em toda a história. Ao todo, 4.070 pessoas morreram no confronto – 2.670 mil em Gaza, segundo o último balanço palestino, divulgado neste domingo (15), e 1,4 mil em Israel, segundo as autoridades locais.

A mãe de Raphael, Alice Ramos, de 62 anos, contou que tem conseguido falar com o filho ao menos uma vez ao dia.

“Assim que jogaram os primeiros mísseis, os soldados foram convocados. As primeiras semanas foram muito difíceis, mas tenho conseguido falar com ele ao menos uma vez ao dia”, disse Alice ao g1.

Dupla cidadania

Tanto o jovem quanto a mãe são de Belo Horizonte. Alice vive em Israel há 30 anos, e seu filho caçula — que hoje está na missão de defender Israel — têm dupla cidadania, a brasileira e a israelense.

Raphael foi morar no país quando tinha apenas dois anos, acompanhado da mãe. Atualmente, ela mora no centro de Tel Aviv, uma região considerada mais protegida e com menos riscos de ataques e bombardeios.

O jovem serviu ao exército israelense dos 18 aos 21 anos, e estava na lista de reservistas do país.

“O Rapha é um soldado de guerra, então são os primeiros a serem convocados. Ele, com seus 26 anos, tem passado por muita coisa, e está vendo de perto o porquê de toda essa guerra”, afirmou Alice.

Na fronteira de Gaza

Em um misto de sensações e emoções que vivencia na pele, a mãe fala que o aperto no coração só passa ao ouvir a voz do filho.

O rapaz foi designado para Kfar Aza, perto da fronteira com a Faixa de Gaza.

“Hoje estou mais tranquila porque ele me ligou ontem [15/10]. Ele está bem. Mas cada dia é um dia”, afirmou a mãe.

Raphael ao lado da mãe, em Israel — Foto: Arquivo pessoal