Aconteceu nesta nesta terça-feira, 17, uma reunião para discutir os tremores de terra que têm ocorrido no município de Arapiraca. Ao final do encontro, ficou definida a criação de um grupo de trabalho para estudar o fenômeno geológico, de modo que se possa descobrir se a causa é natural ou provocada por intervenção humana.
No dia 25 de Agosto de 2023, moradores das cidades de Arapiraca, Craíbas e Lagoa da Canoa, situadas no agreste alagoano, sentiram um forte tremor de terra. O fenômeno foi registrado pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) que apontou maginutude de 2.1 na escala Richter.
Nos dias seguintes, outros tremores de terra foram registrados, nas cidades de Belo Monte, Arapiraca e Craíbas e estudos envolvendo a Defesa Civil Municipal e o Serviço Geológico do Brasil.
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Estiveram presentes no encontro representantes da Ufal, Uneal, IMA, Defesas Civis do Estado e de Arapiraca, Defensoria Pública da União e da própria Prefeitura de Arapiraca, além do promotor de Justiça Cláudio Teles, titular da 11ª Promotoria de Justiça, que tem atribuições nas áreas do meio ambiente, ordem urbanística e patrimônio histórico e cultural, representando o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL)
“Viemos ouvir as primeiras explicações técnicas para, a partir de agora, podermos começar a monitorar essa situação. Estiveram presentes todos os atores envolvidos que podem intervir e contribuir com o trabalho em busca da resolução dessa demanda. Os órgãos técnicos farão os estudos geológicos e nós vamos seguir fiscalizando esses estudos, de modo que o meio ambiente não seja prejudicado e que os moradores não sejam submetidos a qualquer tipo de risco”, explicou o promotor.
Na assembleia, cada uma das instituições se comprometeu a cumprir atividades que levarão a resolução da problemática.
A Defesa Civil, por exemplo, terá que levantar as áreas de risco onde ocorreram os abalos. Já os geólogos das universidades cuidarão da parte técnica, inclusive, estudando a exploração de uma mineradora que atua em Craíbas na extração de ferro e cobre. O laboratório de cismologia da Universidade do Rio Grande do Norte deve ser acionado para estes trabalhos.
“De antemão, posso assegurar que não há motivo para pânico neste momento. É normal acontecer a movimentação das rochas e o seu fissuramento, então, o que temos que avaliar é se o que ocorreu está dentro do processo natural ou, se fato, foi algo provocado por fator externo. Vamos também estudar os relatórios da mineradora e fazer um comparativo com os dias de exploração e as datas que ocorreram os tremores”, explicou a professora Rochana de Andrade, geóloga da Universidade Federal de Alagoas.
Um novo encontro ficou agendado para o dia 16 de novembro, quando o grupo de trabalho já deverá trazer os primeiros resultados das missões dadas a cada uma das instituições.
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Vejaflagrante do momento em que ocorreu o tremor de terra em Arapiraca, em 25 de Agosto deste ano: