Crime aconteceu no bairro do Pinheiro, em Maceió, em 2015. Ré alegou legítima defesa
Depois de oito anos, a ré Maria de Lourdes da Silva Santos será julgada pelo homicídio qualificado de David Ulisses da Silva, nesta sexta-feira (20). O júri popular deverá ser conduzido pelo juiz Yulli Roter Maia, titular da 7ª Vara Criminal, e está previsto para começar às 8h, no Fórum da Capital.
Segundo os autos, o crime aconteceu no dia 2 de março de 2015, no bairro do Pinheiro, em Maceió. A denúncia do Ministério Público (MP) afirma que a vítima se encontrava no banheiro da residência quando Maria de Lourdes, conhecida como “Lurdinha”, iniciou o ataque com dois instrumentos pérfuro-cortantes.
Ela teria usado duas facas de cozinha para desferir golpes em diversas regiões do corpo da vítima. Segundo o laudo cadavérido foram 19 lesões. Ainda de acordo com a acusação, a mulher teria arrastado o corpo da vítima até um dos quartos da casa e limpado os objetos utilizados no crime.
Depoimentos presentes nos autos indicam que Maria de Lourdes já planejava tirar a vida do companheiro. A genitora da vítima informou que os vizinhos comentaram que dias antes do homicídio ouviram a acusada dizer: “Deixe de bater em mim, que eu ainda mato você!”.
Ao ser ouvida pelas autoridades policiais, Lurdinha admitiu o ato, mas alegou que agiu em legítima defesa, uma vez que estaria sendo agredida por David antes de iniciar o primeiro golpe. O Ministério Público (MPAL) afirma que “não vislumbra tal possibilidade no momento do crime”.
O órgão ministerial sustenta que Lourdes agiu com o dolo de matar, “pois, ao desferir não um, nem dois, mas 19 golpes na vítima, resta evidenciado que ela não utilizou moderadamente dos meios necessários, para repelir qualquer agressão, atual ou iminente”.
Matéria referente ao processo nº 0706304-18.2015.8.02.0001