Política

Conselho de Ética da Câmara arquiva processo contra Salles por falas em CPI do MST

Deputado foi acusado de ter ameaçado e atacado Sâmia Bomfim. Colegiado também arquivou processo contra Glauber Braga. Relatores avaliaram que não há ‘justa causa’.

O Conselho de Ética da Câmara arquivou, por 10 votos a 3, o processo contra o deputado Ricardo Salles (PL-SP) por supostos ataques à Sâmia Bomfim (PSOL-SP) na CPI do MST. A votação ocorreu nesta quarta-feira (18).

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Ricardo Salles na CPI do MST

Na mesma sessão, o colegiado também decidiu, por 11 votos a 1, arquivar representação contra o marido de Sâmia, deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), por uma discussão com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em outra comissão da Casa.

As decisões seguiram pareceres apresentados pelos relatores dos casos. Os relatórios apontaram que não houve “justa causa” nas ações contra os deputados.

Os processos arquivados nesta quarta haviam sido instaurados no mesmo dia, em agosto.

Ricardo Salles

Salles se tornou alvo após representação do PSOL. O partido acusou o parlamentar, então relator da CPI do MST, de praticar supostos ataques contra a deputada Sâmia Bomfim.

Na representação, o partido cita como exemplo uma postagem feita por Salles em uma rede social, na qual publicou um “emoji” de um hambúrguer, e que a publicação tinha Sâmia como alvo.

O relator do caso, deputado Gabriel Mota (Republicanos-RR), avaliou que, nos episódios, Ricardo Salles não “extrapolou os direitos inerentes ao mandato”.

Deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) — Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Glauber Braga

O processo contra Glauber Braga foi apresentado pelo PL, partido de Salles. A sigla diz que Braga ofendeu Eduardo Bolsonaro ao mencionar o caso das joias recebidas pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro como presente oficial de regime árabes.

“Fica quietinho que agora estou falando. Você já falou bastante. Fica quietinho agora, fica calmo, fica quietinho. Você já devolveu todos os colares?”, questionou Glauber Braga à época.

Para o relator do processo, deputado Albuquerque (Republicanos-RR), a declaração de Braga não “configurou ofensa ao decoro”.