Uma criança de 11 anos ficou ferida após ser atingida na cabeça por uma cama elástica transportada de forma irregular em uma caminhonete em Itanhaém, no litoral de São Paulo. Imagens obtidas pelo g1, nesta sexta-feira (20), mostram o momento em que a vítima foi atingida e o motorista deixando o local sem prestar socorro.
A jornalista Mavy Rose, de 50 anos, contou que o filho saiu para andar de bicicleta com um amigo, como sempre faz, no bairro Itapel. Já na esquina de casa, o veículo com a cama elástica entrou na rua com parte da estrutura para fora do carro.
“Uma parte que ficou para fora, de alumínio, bateu na cabeça do meu filho. Se ele não abaixasse, teria arrancado a cabeça dele”, disse a mãe.
Segundo ela, a outra criança tentou chamar a atenção do motorista, que ignorou e não parou para prestar socorro. A vítima voltou para casa com a testa ensanguentada. “Imagina minha situação de mãe [vendo isso]. Ele ficou tonto na hora e com medo de cair. Como estava próximo de casa, voltou”.
A mulher levou o filho até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde foi atendido, medicado e liberado. Ele permanece de repouso em casa. “Meu filho passa bem, graças à Deus”. Mavy afirmou que não quer prejudicar o trabalho do motorista, apenas que ele haja corretamente.
Sem fiscalização
Segundo a jornalista, o veículo com o equipamento passou em frente a uma base da Polícia Rodoviária e próximo a uma viatura da Polícia Militar, mas ninguém tomou nenhuma providência em relação ao transporte que, para ela, é considerado irregular. “Não quero vingança, quero que as autoridades fiquem sabendo (…) Ele poderia ter causado não apenas um acidente fatal, mas vários”.
Mavy afirmou ter ficado apavorada com a situação e de mãos atadas. Ela ressaltou que, caso o filho continue sentindo dores na cabeça, precisará realizar uma tomografia. “Ele continua com dor e quem saiu no prejuízo foi meu filho, um menino de 11 anos que poderia ter tido a vida ceifada”.
Acompanhada do marido, ela conta que foi até a casa do motorista. No local, a esposa do homem disse que ele estava em uma festa. O casal, então, foi até o evento, momento em que o motorista confirmou que teria ouvido chamarem, mas que estava com pressa.
“Ele sabe que moro aqui e sequer perguntou [como ele está]. Não passou para perguntar se meu filho está precisando de alguma coisa, minha maior revolta é essa. Não tem lei, é a certeza da impunidade”.
O caso foi registrado como lesão corporal culposa na direção de veículo automotor e omissão de socorro no 3° Distrito Policial de Itanhaém, onde é investigado.
O g1 entrou em contato com a Prefeitura de Itanhaém, com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) e com a Polícia Militar, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. O g1 tentou, mas não localizou o motorista.