A decisão do Senado Federal de rejeitar o indicado pelo governo para a Defensoria Pública da União (DPU) acendeu o alerta no Palácio do Planalto quanto aos riscos de derrota também do nome de quem será indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Para auxiliares do governo, o resultado impôs uma dificuldade extra para aprovação de uma eventual indicação do ministro da Justiça, Flávio Dino, ao STF. A avaliação entre lideranças do governo é de que o ambiente hoje está sensível e o Planalto terá que articular melhor a indicação ao STF para não amargar derrota.
Dino tem sido alvo de críticas de parlamentares, além de estar na mira do fogo amigo de quem torce por outros cotados à cadeira na Suprema Corte.
“Vai Lula, indica o Flávio Dino ‘pro’ STF. O Senado ‘tá’ esperando”, afirmou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em comemoração à derrota do Planalto para a DPU. Em suas redes, ele publicou uma foto do painel com o placar apertado da votação.
Por uma diferença de apenas três votos, Igor Roberto Albuquerque Roque, o escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o comando da DPU perdeu. Foram 38 votos contra sua indicação e 35, a favor.
Roque foi indicado em maio para o cargo de defensor público-geral da União. Em julho, ele foi sabatinado e teve o nome aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Desde então, a votação em plenário foi adiada diversas vezes, até vir a derrota registrada nesta quarta-feira.
A vaga no STF está aberta há quase um mês. O indicado irá substituir a ministra Rosa Weber, que se aposentou em 30 de setembro.