Promotoria pediu à Justiça a rejeição da queixa-crime da entregadora Viviane Maria de Souza Teixeira e a extinção da punibilidade porque documento anexado ao autos não descreve os fatos criminosos de forma individualizada.
O Ministério Público do Rio (MPRJ) pediu à Justiça, no último dia 18 de outubro, a rejeição de uma queixa-crime da entregadora Viviane Maria de Souza Teixeira contra a ex-atleta Sandra Mathias Correia de Sá. Além disso, a promotoria também requereu a extinção da punibilidade — ou seja, que Sandra não seja penalizada.
Em abril, a ex-jogadora de vôlei foi filmada agredindo o entregador negro Max Ângelo dos Santos com uma coleira de cachorro em São Conrado, na Zona Sul do Rio. A mulher também foi flagrada agredindo Viviane.
Na manifestação enviada na semana passada ao Tribunal de Justiça do Rio, a promotora Márcia Vieira Piatigorsky cita que o instrumento de mandato anexado pela defesa de Viviane à queixa-crime não descreve os fatos criminosos de forma individualizada, estando em desconformidade com o que determina o Código de Processo Penal.
A promotora ainda menciona uma manifestação recente do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre um caso semelhante.
O pedido da defesa de Viviane é para que Sandra Mathias responda por injúria, ameaça e lesão corporal leve.
Na petição protocolada na Justiça, os advogados Marcelo Henrique de Lima Vargas e Prisciany Serra de Sousa citam que a ex-jogadora de vôlei mordeu a perna da entregadora, a chamou de “lixo de favela”, cuspiu nela e ainda fez ameaças.
Ao g1, a defesa de Viviane disse que vai pedir à Justiça do Rio a reconsideração para que a queixa-crime seja aceita.
Ex-jogadora foi indiciada
Em junho, Sandra Mathias foi indiciada pela Políca Civil do Rio por lesão corporal, injúria e perseguição. O relatório de conclusão do inquérito, a que a TV Globo teve acesso, fala em um “arsenal de ódio” disparado pela ex-atleta contra as vítimas.
De acordo com a investigação da 15ª DP (Gávea), Sandra agrediu violentamente o entregador Max Ângelo, batendo nas costas dele com a coleira do seu cachorro. No mesmo dia, ela também agrediu a entregadora Viviane Maria com uma mordida na perna no meio da rua.
A ex-atleta foi indiciada pela humilhação à qual submeteu as vítimas, chamando-os de “marginais” e “lixo de favela”.
“As acintosas e aviltantes ofensas, relacionadas à origem social das vítimas, impuseram às mesmas perversa estigmatização e odiosa inferiorização”, diz o documento.