Política

MP denuncia por lesão corporal e maus-tratos a animais homem que agrediu irmã de Zanin, ministro do STF, e chutou cães dela em SP

Vídeo mostra momento em que homem desferiu chutes contra Caroline Zanin e os cachorros dela; caso ocorreu na Zona Oeste no dia 16 de outubro. Rogério Cardoso Júnior foi indiciado pela Polícia Civil e, agora, denunciado pelo Ministério Público.

O Ministério Público denunciou por crimes de lesão corporal contra mulher e maus-tratos a animais o homem que agrediu a advogada Caroline Zanin Martins, irmã do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin, e chutou os dois cachorros dela, na Zona Oeste de São Paulo.

Uma câmera de segurança registrou o momento da agressão, no dia 16 de outubro, em Perdizes. Nas imagens, é possível ver que a advogada estava parada com seus dois cachorros na frente de um prédio, quando um homem passa e dá pontapés nela e nos animais.

Irmã de Zanin, ministro do STF, é atacada na Zona Oeste de SP — Foto: Reprodução

Segundo a reportagem do g1 apurou, Rogério Cardoso Júnior, de 64 anos, prestou depoimento no dia 20 de outubro no 23º Distrito Policial e alegou à polícia que deu chutes para se defender após ser atacado pelos cachorros de Caroline.

No dia 18, Caroline prestou depoimento, reconheceu Rogério por meio de uma foto como o suspeito de agredi-la e fez a representação para instauração de inquérito policial.

O laudo de lesão corporal do Instituto Médico Legal (IML) constatou que havia escoriação na região lateral da perna direita da advogada de natureza leve.

O laudo veterinário também apontou que um dos animais de Caroline, da raça Welsh Corgis, sofreu lesão na pata, unha e sangramento no local.

Indiciamento e denúncia

Após depoimento de Rogério e Caroline, além dos laudos periciais, o relatório final do inquérito policial foi concluído. Com isso, a polícia determinou pelo indiciamento por maus-tratos a animais e lesão corporal dolosa.

O Ministério Público denunciou Rogério por lesão corporal além de maus-tratos a animais por duas vezes, já que o homem chutou os dois cachorros de Caroline.

No pedido, o promotor Severino Antônio Tavares Moreira Barbosa entendeu que “a conduta do denunciado, de agredir a vítima e seus cães em plena via pública, a qual estava passeando com seus cachorros de pequeno porte, indica comportamento absolutamente reprovável”.

“De modo que a solução negociada de todo modo não se mostraria suficiente para a reprovação do crime, nos termos do dispositivo legal já mencionado”, ressaltou o promotor.

No caso do crime de lesão corporal, a lei de 2021 aumentou a pena em casos de violência de gênero. Antes, era de três meses até três anos. Agora, pode variar de um até quatro anos.

A Justiça ainda irá analisar a manifestação do MP e pode tornar Rogério réu, quando deve passar a ser processado pelos crimes.

Quando foi indiciado pela polícia, Rogério foi procurado pelo g1 e não quis falar sobre o assunto.

O que alegou o agressor?

Segundo a reportagem apurou, o homem disse à polícia que mora no bairro Perdizes há cerca de 17 anos e que na segunda-feira (16), ao retornar da academia a pé, se deparou com os cachorros de Caroline.

Disse que os animais foram agressivos e o atacaram, chegando a morder seu short e puxando a roupa para baixo.

Polícia investiga ataque a irmã de Zanin, ministro do STF — Foto: Reprodução

Disse ainda que a advogada não segurou a guia dos animais e seguiu caminhando, quando, ao chegar perto do prédio, os cachorros tentaram ataca-lo novamente, momento que deu chutes para se defender e afastá-los.

Rogério afirmou à polícia que não teve intenção de lesionar a advogada e os cachorros, e que não acertou os chutes. Ele também alegou que não conhece Caroline e não sabia que era irmão do ministro do STF.

‘Me sinto insegura’

Caroline afirma que não conhecia Rogério e que nunca o viu antes pelo bairro. Ao g1, ela disse que foi traumatizante e está se sentindo insegura. Por isso, pretende se mudar de onde mora.

“Ele [suspeito] chegou do nada. Foi tudo muito rápido e traumatizante. Penso realmente em me mudar. Eu me sinto totalmente insegura”, afirmou a advogada nesta quinta-feira (19).

 

Ainda conforme a advogada, ela acredita que não tenha sido motivação política por conta do irmão, ministro do STF.

“Num primeiro momento eu acredito que não tenha motivação política. Até porque todos temos o direito de termos opiniões e posicionamentos políticos sem que isso resulte em qualquer forma de agressão”, diz Caroline.

“Penso ter sido mais uma agressão contra a mulher e animais porque sei que este tipo de violência é muito mais comum do que se imagina. Confio plenamente na justiça e tenho a certeza de que tudo será esclarecido da melhor forma”, complementou.