Futebol

Corinthians faz proposta à Caixa para quitar dívida da Neo Química Arena

A Caixa Econômica Federal anunciou nesta sexta-feira (17) que recebeu uma “proposta formal para a quitação do saldo devedor” do Corinthians em relação à Neo Química Arena.

O comunicado foi feito por Luiz Felipe Figueiredo de Andrade, Diretor de Finanças e Relações com Investidores do banco.

Friedemann Vogel/Getty Image

A Neo Química Arena, estádio do Corinthians

Duilio Monteiro Alves, presidente do Corinthians, desembarcou em Brasília na última quinta-feira (16) acompanhado de Andrés Sanchez, ex-mandatário alvinegro.

Ambos se encontraram com Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República, torcedor do Timão.

Veja abaixo o comunicado emitido pelo banco:

“A Caixa Econômica Federal (“CAIXA”) comunica à sociedade brasileira, aos seus clientes e empregados, e ao mercado em geral que, na manhã desta sexta-feira, 17/11/23, representantes da CAIXA e do Corinthians se reuniram, tendo o Clube Esportivo apresentado proposta formal para a quitação do saldo devedor da dívida do Contrato de Financiamento firmado para a Construção do Estádio Arena Corinthians. A proposta será encaminhada internamente para avaliações técnicas”.

O anúncio acontece pouco mais de um ano após Corinthians e Caixa assinarem a renegociação para o pagamento dos R$ 611 milhões restantes pela construção do estádio, inaugurado em 2014 para a Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

A venda dos naming rights para a Hypera Pharma foi acertado no valor de R$ 300 milhões, e prevê o pagamento de parcelas de R$ 15 milhões ao ano corrigidos pelo IGP-M. Isso permitia ao clube do Parque São Jorge arcar com uma fatia de R$ 311 milhões do valor final devido.

O Corinthians contraiu o financiamento com a Caixa Econômica em 2013, em parceria com a construtora Odebrecht, através do fundo Arena Itaquera S/A, que administra a Neo Química Arena.

Corinthians e Caixa negociavam nos últimos meses a venda de parte do estádio na bolsa de valores. A ideia do clube é negociar até 49% das cotas do empreendimento.

“Quando o Corinthians construiu o estádio, foi montado um fundo junto à Odebrecht para fazer o empréstimo do BNDES e de Caixa para a construção. Uma vez que a Odebrecht saiu dessa operação, depois da renegociação que foi feita no ano passado, o Corinthians ficou como único dono desse fundo”, disse Wesley Melo, diretor financeiro do Corinthians, à ESPN.

A iniciativa, se concretizada, tem como objetivo reduzir consideravelmente os juros que são pagos pelo clube ao banco, que financiou a construção da Neo Química Arena, que se somam aos mais de R$ 600 milhões que serão pagos a partir de 2025 após a renegociação entre Corinthians e Caixa pela obra.

“O Corinthians é dono de um fundo que é dono da Arena. A ideia é a gente conseguir um investidor, ou um grupo de investidores, para fazer uma captação de até 49% do fundo da Arena, oferecer esse dinheiro para a Caixa e liquidar, ou amortizar, a dívida que a gente tem. Ao invés de ficar devendo para a Caixa, a gente fica devendo para um investidor”.

“Uma dívida com a Caixa gera despesa financeira. E para um investidor, o rendimento vai ser o próprio fluxo positivo que a Arena tem hoje: bilheteria, alimentos e bebidas, eventos. E tem os custos também de jogos, manutenção. Mas sobra um dinheiro, e esse é um fluxo de caixa positivo”.

“Esse é um rendimento que a gente colocaria à disposição desse investidor. A ideia é essa: tentar um grande investidor ou colocar isso para o público final na bolsa de valores. Ou um misto desses dois”.

O desejo de trabalhar com a Neo Química Arena como um Fundo de Investimento Imobiliário (FII) foi revelada em meados de julho pelo presidente Duilio Monteiro Alves em entrevista à CNN.

Ao explicar sua posição contrária à transformação do Corinthians em SAF, o dirigente admitiu que considerava a possibilidade de ter o estádio na bolsa de valores.

“Acho que é a única forma que a gente pode pensar em transformar em empresa. É possível. E quando eu citei a Neo Química Arena, esse é um dos modelos que a gente vem estudando também. Ela é um fundo imobiliário. Quando eu coloco que a gente estuda forma de pagar diferentes do acordo que a gente tem com a Caixa, pode ser colocar ações dela, por já ser um fundo, para que o torcedor participe como proprietário, que seja de uma fração, de uma quota. Só enxergo assim: o Corinthians se transformar em SAF desde que o torcedor compre suas ações”.

Próximos jogos do Corinthians:
Bahia (C): 24/11, 21h (de Brasília) – Brasileirão

Vasco (F): 28/11, 21h30 (de Brasília) – Brasileirão

Internacional (C): 02/12, a definir – Brasileirão