A universitária Ana Clara Benevides Machado, de 23 anos, morreu na sexta-feira (17) após passar mal dentro do Estádio Nilton Santos, o Engenhão, onde foi realizado o show da cantora Taylor Swift para um público de aproximadamente 60 mil pessoas.
A causa da morte ainda não foi esclarecida: a Secretaria Municipal de Saúde diz que ela teve uma parada cardiorrespiratória e que o Instituto Médico-Legal (IML) vai atestar o que levou ao óbito da jovem.
A morte ocorre em um dia marcado pelas altas temperaturas no Rio de Janeiro, e por críticas de fãs à organização do evento por impedir o acesso do público com garrafas d’água. A própria cantora chegou a pausar o show para pedir ajuda para os fãs após perceber que pessoas passavam mal na plateia.
Abaixo, tópicos mostram O QUE SE SABE; na sequência, veja PERGUNTAS sobre a morte:
Ana Clara Benevides Machado tinha 23 anos e estudava psicologia na Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), em Mato Grosso. Ela concluiria a graduação neste ano.
Amigos de Ana afirmaram que a jovem era amava a cantora norte-americana e estava realizando um sonho ao viajar para assistir ao show da artista.
Ana Clara começou a passar mal durante a apresentação, segundo a amiga Daniele Menin, que estava com ela. Segundo Daniele, a jovem desmaiou durante a música Cruel Summer, a segunda do repertório de Taylor.
“Na segunda música ela simplesmente desmaiou. Aí tiramos ela com ajuda dos seguranças e corremos pro postinho de apoio no estádio. Eles atenderam ela e encaminharam pra ambulância”, lembra Daniele.
A Secretaria Municipal de Saúde diz que Ana Clara chegou ao Hospital Municipal Salgado Filho, às 20h50, em parada cardiorrespiratória. Apesar da associação com o calor relatada por amigos, ainda não se sabe qual o impacto das altas temperaturas no quadro que levou à morte da universitária.
Em dias de calor extremo, manter a hidratação é fundamental para a saúde. Especialistas ouvidos pelo g1 apontaram que é muito difícil que um adulto saudável e que NÃO esteja em um situação de privação de líquidos, que não tome medicamentos (como antidiuréticos ou reguladores de pressão arterial), passe por um quadro de desidratação.
A empresa diz que Ana Clara se sentiu mal e foi “prontamente atendida” pela equipe de brigadistas e paramédicos. Ela informa que o primeiro socorro foi no posto médico do Estádio Nilton Santos.
“Diante do quadro, a equipe médica optou pela transferência ao Hospital Salgado Filho, onde, após quase uma hora de atendimento emergencial, infelizmente veio a óbito”, informou a empresa.
A T4F – Time For Fun não divulgou balanço sobre o total de atendimentos médicos realizados, e não se pronunciou sobre as críticas de fãs ou mesmo sobre a determinação do ministro da Justiça para que seja apurado se houve restrição ao acesso à água dentro do Engenhão.
O Corpo de Bombeiros diz que a empresa cumpriu todas as exigências relacionadas às condições de segurança contra incêndio e pânico. “As ocorrências médicas ficaram a cargo da produção do evento”, dizem os bombeiros.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que a Secretaria do Consumidor vai editar uma portaria que libera a entrada com garrafas d’água em espetáculos e, além disso, vai exigir “ilhas de hidratação” em eventos com alta exposição ao calor. A determinação vai ser publicada ainda neste sábado (18) e terá validade imediata.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse que a morte é “inaceitável” e que detalhes estão em apuração. Além disso, determinou adoção de medidas para amenizar a exposição do público ao calor: antecipar a entrada em uma hora, ocupação do anel de circulação para tirar o público do sol, novos pontos de distribuição de água, aumento de número de brigadistas e aumento de ambulâncias.