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Professora assume ter beijado aluno em mensagem e é demitida: ‘só beijo não deu conta’

Professora de Praia Grande (SP) confessou que beijou um aluno e que teria interesse em ter relações sexuais com ele — Foto: Reprodução

Uma professora de artes foi demitida após beijar um estudante de uma escola municipal em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Conforme apurado pelo g1, nesta quarta-feira (22), ela enviou mensagens admitindo a situação para uma aluna e, inclusive, contou que queria ‘transar com ele’, que tem 14 anos e está no 9ª ano do Ensino Fundamental.

A docente foi denunciada à diretoria da Escola Municipal Vereador Felipe Avelino Moraes pela mãe da aluna para quem enviou as mensagens. Após o caso ganhar repercussão, tanto a estudante quanto o melhor amigo dela passaram a receber ameaças de colegas na unidade de ensino.

Em determinado momento, as ameaças viraram agressões. Três alunos bateram no adolescente –um deles o que teria beijado a professora — , que chegou a ser hospitalizado.

A empresária e mãe do aluno agredido, Helena Cristina Andria, de 51 anos, contou à reportagem que a diretora da escola permitiu que a professora tivesse acesso ao nome da autora da denúncia, o que desencadeou as ameaças e a agressão.

Em nota, a Prefeitura de Praia Grande, por meio da Secretaria de Educação (Seduc), informou que a professora foi demitida por má conduta. A pasta afirmou que a direção da escola reportou o caso ao Conselho Tutelar.

Ameaças, agressões e internação
De acordo com Helena, horas após a mãe da aluna fazer a denúncia, o filho e amiga foram cercados por sete alunos, sendo um deles o adolescente que teria sido beijado pela professora. A dupla conseguiu correr para dentro da escola.

Na ocasião, as mães acionaram a Guarda Civil Municipal (GCM) e registraram um Boletim de Ocorrência (BO) de ameaça no 3º Distrito Policial da cidade. Helena disse que os alunos não pararam de intimidar o filho, que deixou de ir e voltar da escola sozinho.

Na última terça-feira (14), a mãe da colega que dava carona não foi. “Quando ele chegou na esquina de casa, eles [três meninos, sendo um deles o que a professora teria beijado] já estavam esperando por ele. Foi premeditado”.

O adolescente foi jogado no chão e agredido com chutes e socos. O trio só parou de bater quando uma vizinha entrou no meio da confusão. Um BO de lesão corporal foi registrado e o menino foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) com ferimentos na boca.

Três dias depois, o adolescente começou a sentir dores abdominais e foi levado pela mãe ao hospital. De acordo com Helena, foi constatado um hematoma interno causado pelas agressões. Desde sexta-feira (17), ele está internado sem previsão de alta.

“Ele foi agredido por achismo […]. Eu estou revoltada, indignada […]. Esses alunos falaram que ele estava apanhando por conta do ocorrido com a professora e ainda falaram o seguinte: ‘Sorte que a sua mãe vai chorar na porta da delegacia porque o certo é ela chorar na porta do cemitério’. No meu ponto de vista, isso é uma ameaça de morte”.

A Prefeitura de Praia Grande disse lamentar as agressões sofridas pelo aluno e que não compactua com essas atitudes. Por este motivo, a pasta afirmou que adotará ações de conscientização para os estudantes com o objetivo de que novos casos não aconteçam.

Denúncia
Após as agressões, Helena foi até a escola questionar a diretoria sobre as providências que tinham tomado sobre o assunto. Segundo ela, a responsável pela unidade de ensino disse que ainda não tinha comunicado os pais dos alunos, inclusive, do menino que teria sido beijado pela professora.

O advogado de Helena, Thiago Rodrigues, informou à reportagem que entrará com uma denúncia no Ministério Público (MP) para apuração da conduta da professora e da diretoria da unidade de ensino. Em relação as agressões, um inquérito policial será instaurado para investigar o caso.

“A diretora deveria ter tomado cuidado, averiguado a situação e tomado a providência necessária em relação à professora e preservado a criança”, afirmou o advogado.

O g1 tentou contato com a professora acusada, mas não a localizou até a última atualização. A reportagem questionou a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) sobre as investigações do caso, mas não teve retorno.