Justiça

Acusado de agredir e atear fogo à esposa na frente dos filhos é condenado a mais de 26 anos de prisão

Homem foi condenado por tentativa de feminicídio qualificado.

Foi condenado a 26 anos e oito meses de prisão, em júri realizado nesta quinta-feira, 23, no Fórum do Barro Duro, em Maceió, Thiago dos Santos Silva, que agrediu e ateou fogo à esposa na frente dos filhos. O caso aconteceu no conjunto Village Campestre, em Outubro de 2022. Ele foi condenado por tentativa de feminicídio qualificado. O júri foi realizado na 9ª Vara Criminal, começou por volta das 9h e terminou perto das 18h.

Reprodução / TV Pajuçara

Julgamento de Thiago dos Santos Silva

O Ministério Público de Alagoas (MPEAL), representado pela promotora Adilza Freitas, defendeu quatro qualificadoras – motivo fútil (ciúme, sentimento de posse), emprego de fogo, recurso que dificultou a defesa da vítima (ataque pelas costas) e reconhecimento de feminicídio – todas elas foram aceitas pelo Conselho de Sentença.

A promotora contou em entrevista à TV Pajuçara ainda que a vítima se arrependeu da denúncia contra o agressor e modificou em juízo parte do relato feito anteriormente à polícia, o que ela classificou como “conduta comum” neste tipo de caso.

Relembre o caso

Na manhã do dia 26 e Outubro de 2022, Polyana de Medeiros e Silva, de 23 anos, foi agredida dentro de casa, pelo próprio companheiro, no conjunto Village Campestre, no bairro Cidade Universitária, parte alta de Maceió. Não satisfeito, o homem ainda ateou fogo às roupas da vítima com auxílio de álcool e depois a jogou em cima do foco do incêndio.

A violência teria começado em um quarto da casa, na frente do filho de 5 anos da vítima, e de uma bebê de três meses, fruto do relacionamento do casal. A mulher ainda teria corrido para a rua, nua e em chamas, para pedir socorro, mas foi perseguida pelo algoz que a pegou pelos cabelos e a jogou novamente dentro de casa.

Vizinhos levaram a mulher até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Benedito Bentes e, em seguida ela foi encaminhada ao Hospital Geral do Estado (HGE). Ela teve 20% do corpo queimado, sendo atingida principalmente na região do dorso e glúteo, com queimaduras de 2º grau, além de apresentar ferimentos na face.

Logo após o cometimento do crime, o homem fugiu levando a recém-nascida, mas horas depois, uma tia do suspeito entregou a criança à família de Polyana, na UPA. Na época a menina se alimentava exclusivamente de leite materno.

À época do crime, a família da vítima confirmou que a mulher já havia sido agredida pelo companheiro outras vezes, inclusive quando estava grávida, e que Polyana chegou a pedir uma medida protetiva contra ele, em março do mesmo ano. Foi relatado ainda que o autor passou a enviar mensagens com ameaças após a repercussão do caso.

O Conselho Tutelar acompanhou o caso junto à Justiça, enquanto as crianças ficaram sob cuidados da família da mulher. A vítima recebeu alta médica apenas no dia 08 de Novembro de 2022.

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Prisão

No dia 07 de Novembro de 2022, a Polícia Civil anunciou a prisão do suspeito, após trabalho intenso de investigação. 

Em seu interrogatório, o acusado disse que queria se separar da vítima e ela não aceitava. Sendo esse um dos motivos pelo qual cometeu o crime. Já a vítima informou que o motivo foi o fato dele ter ficado enfurecido porque queria a certidão de nascimento da filha de três meses, sendo que o documento se encontrava na casa da avó materna da criança.

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