O Papa Francisco está estável e ele não tem febre, mas persiste uma inflamação pulmonar associada a dificuldades respiratórias, informou um comunicado do Vaticano nesta quarta-feira (29).
O pontífice precisou cancelar a viagem que faria para os Emirados Árabes Unidos para participar da cúpula do clima COP28 em Dubai por causa de problemas de saúde.
Durante sua audiência semanal realizada no início do dia no Vaticano, Francisco, de 86 anos, parecia ofegante e falou pouco, segundo testemunhas da Reuters.
O pontífice segue fazendo tratamento com antibióticos para curar a infecção.
Papa já teve problemas pulmonares
Em 2013, o Vaticano revelou que o Papa Francisco teve parte de um pulmão retirado, por conta de uma doença respiratória, quando era jovem.
“Jorge Mario Bergoglio [nome do atual pontífice] teve três dias terríveis, ficou entre a vida e a morte quando tinha 21 anos. Tinha muita febre, ficava abraçado à sua mãe e dizia: ‘O que está acontecendo comigo?’ Os médicos estavam desconcertados e não sabiam o que responder”, descreveu a jornalista Francesca Ambrogetti sobre o estado do jovem futuro Papa Francisco em seu livro “El Jesuíta” (“O Jesuíta”).
“O diagnóstico indicou uma pneumonia grave e que ele tinha três cistos no pulmão. A doença foi controlada e, depois de um tempo, Bergoglio foi submetido a uma cirurgia para remover a parte superior do pulmão direito”, explicou a jornalista no terceiro capítulo da obra.”
Mais recentemente, no fim de março de 2023, o papa passou três dias internado na Policlínica Gemelli, na região oeste de Roma, na Itália, para tratar um bronquite aguda.
Histórico recente
Em junho de 2023, o Vaticano informou que Francisco passou por uma cirurgia abdominal de três horas sob anestesia geral e que não houve complicações.
Desde 2022, Francisco conta com um assistente pessoal de saúde, uma enfermeira, que o acompanha de forma permanente. O papa usa cadeira de rodas desde maio do ano passado devido a dores no joelho direito.
No ano anterior, 2021, o pontífice passou 10 dias no hospital Gemelli para uma operação de cólon. O papa explicou mais tarde que esta operação o deixou com sequelas, e que ele decidiu descartar uma cirurgia no joelho.
Já se sabia que ele sofre de uma dor ciática crônica que o obriga a mancar, motivo pelo qual ele teve que renunciar às cerimônias oficiais em algumas ocasiões.
Em entrevista recente ao médico e jornalista argentino Nelson Castro, o pontífice afirmou que quando residia na Argentina tratou dores nas costas com acupuntura chinesa, que sofria de cálculos na vesícula biliar e que, em 2004, teve um problema cardíaco temporário devido a um ligeiro estreitamento de uma artéria.