Brasil

Justiça do Rio faz segunda audiência do caso Jeff Machado

Cinco testemunhas foram intimadas a prestar depoimento nesta segunda-feira (11).

A segunda audiência do caso Jeff Machado acontece na tarde desta segunda-feira (11) no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, na capital fluminense. O crime aconteceu em janeiro deste ano, mas o corpo do ator só foi achado em maio, dentro de um baú concretado em um terreno na Zona Oeste.

Reprodução

Ator Jeff Machado foi morto no dia 23 de janeiro dentro da própria casa, em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio

O ex-produtor Bruno de Souza Rodrigues e o garoto de programa Jeander Vinicius da Silva Vraga são réus pelo assassinato e por ocultação de cadáver.

Cinco testemunhas são esperadas nesta etapa do julgamento. A primeira audiência aconteceu em outubro, e somente três pessoas foram ouvidas – entre elas, a Maria das Dores Machado, mãe do ator.

Primeira etapa do julgamento

Primeiro a depor na 1ª audiência de instrução e julgamento do processo, o inspetor da Delegacia de Descoberta de Paradeiros Igor Rodrigues Bello afirmou ter certeza de que o crime foi premeditado.

O ponto de virada das investigações, segundo Bello, foi o depoimento de um táxi dog que foi contratado para levar os oito cachorros de Jeff para um centro de umbanda desativado.

Ao depor na polícia, o taxista afirmou que no dia 31 de janeiro, Jeff – que na verdade já estava morto – fez contato com ele através do WhatsApp, mas quem apareceu para acompanhá-lo no transporte dos cães foi Bruno. O taxi dog procurou espontaneamente a polícia, após ver postagens nas redes sociais sobre cachorros da mesma raça que estavam perambulando pela Zona Oeste do Rio.

A investigação concluiu que Bruno se passou por Jeff não apenas nessa, mas em diversas ocasiões após o crime.

Depoimentos da mãe e do irmão

Mãe de Jeff Machado, Maria das Dores, mostra camisa e bolsa em homenagem ao filho — Foto: Reprodução/TV Globo

A mãe e o irmão de Jeff Machado também foram ouvidos como testemunhas de acusação.

“Que a juíza fique sabendo quem é essa pessoa de tanta maldade”, disse Maria das Dores.

 

Maria das Dores pediu que os réus não estivessem no mesmo ambiente durante o depoimento dela.

“Eu estou aqui, presente, porque eu quero contar pra vocês a situação de como Bruno matou meu filho e ainda continuou se fazendo como Jefferson, falando comigo”, falou.

Maria das Dores descreveu Bruno como “extremamente maquiavélico” por ter se passado pelo filho e mentido para ela.

A audiência, fechada para a imprensa, foi conduzida pela juíza Alessandra da Rocha Lima Roidis, da 1ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.

Na ocasião, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) convocou 18 testemunhas, mas apenas 3 foram ouvidas.

Bruno Rodrigues (esq.) e Jeander Vinícius (dir.) foram indiciados pela morte do ator Jeff Machado (ao centro) — Foto: Reprodução

 

Jeff Machado e seus cães: amor incondicional pelos animais — Foto: Reprodução/Redes sociais

Relembre o caso

Jeff Machado desapareceu no final de janeiro. Ele foi encontrado morto em maio. O corpo estava em um baú concretado pelos réus em uma casa em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio.

Para a polícia, a motivação do crime foi o ator ter cobrado de Bruno uma falsa promessa de vaga numa novela. Os investigadores acreditam que Jeff chegou a pagar R$ 18 mil aos criminosos.

O MPRJ ofereceu denúncia, através dos promotores de justiça Alexandre Murilo Graça e Sauvei Lai, pelos seguintes crimes:

  • Homicídio quadruplamente qualificado (motivo torpe, emprego de asfixia, uso de recurso que impediu a defesa da vítima e para ter vantagem de outro crime);
  • Ocultação de cadáver;
  • Estelionato;
  • Crimes patrimoniais contra o espólio do ator (saques, tentativa de venda do carro e da casa, compras com cartão de crédito);
  • Invasão de dispositivo eletrônico;
  • Falsa identidade (por se passar por Jeff Machado);
  • Maus-tratos aos animais.
Corpo de Jeff Machado foi encontrado dentro de baú do próprio ator. — Foto: Reprodução

Apenas Bruno deve responder por todas essas imputações, já que estava em todas as ações. Jeander é acusado de homicídio, ocultação e maus-tratos a animais.

De acordo com a denúncia do MPRJ, no dia 23 de janeiro deste ano, na casa de Jeff, Bruno ministrou substância entorpecente na bebida do ator, para na sequência estrangulá-lo com um cabo de aparelho de telefone, provocando sua morte.

Dias depois do homicídio, a investigação demonstrou que Bruno utilizou a senha do cartão de crédito dele para efetuar compras em estabelecimentos comerciais e anunciou a venda do carro da vítima em agências de automóveis. Houve ainda invasão ao telefone da vítima, onde se passou por Jefferson.

A denúncia descreve também que os acusados praticaram maus-tratos contra animais domésticos ao abandonarem oito cães de raça pertencentes ao ator, em um terreno vazio, sem alimentação e cuidados de higiene, quando dois morreram e um desapareceu.