Julgamento está marcado para acontecer na próxima segunda-feira (18) e terça-feira (19)
A Comissão Especial da Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL) recebeu, nessa quarta-feira (13), familiares, grupos de mulheres e advogados e advogadas que atuam no caso Joana Mendes, feminicídio ocorrido há pouco mais de sete anos e cujo julgamento está previsto para acontecer na segunda-feira (18), em Maceió, após inúmeros recursos interpostos pelo acusado e ex-companheiro da vítima, com o objetivo de postergar o julgamento pelo crime. Na ocasião, a Ordem se colocou à disposição para apoiar e lutar para que a Justiça possa ser feita.
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O encontro aconteceu na sede da Ordem, em Jacarecica, onde o andamento do processo e a mais recente tentativa da defesa de atribuir o crime a um caso de insanidade mental do acusado Arnóbio Cavalcanti foram expostos. O objetivo da família é mobilizar a sociedade e buscar apoio da OAB/AL para que o júri possa, de fato, ocorrer.
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A secretária-geral adjunta da Comissão Especial da Mulher, Edamara Araújo, lembrou que o feminicídio é um crime hediondo, cujo autor deve sofrer as devidas punições. “Quantas mulheres vão ter que morrer para que a sociedade entenda que essa não é uma luta individual, mas de todos nós? A Comissão está à disposição e estaremos presentes no júri, para pedir Justiça”, afirma.
Durante a reunião, um dos assistentes de acusação do caso, o advogado Roberto Moura, fez um breve resumo de todos os recursos impetrados pela defesa para tardar o máximo possível o júri e lembrou que, agora, como último argumento, está sendo usado o recurso da insanidade mental do acusado, que nunca havia sido citada no processo. “Foram sete anos de prisão processual. A defesa tentou adiar ao máximo esse júri e, este ano, conseguiu a liberdade do acusado”, pontua.
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A irmã de Joana Mendes, Julia Mendes, agradeceu pelo apoio que tem recebido e destacou a importância de que o júri da segunda-feira aconteça, para que mais um caso de feminicídio não fique impune no estado.
“Hoje, eu me senti tocada pela missão de vocês de defender as mulheres. De três irmãs, Joana sempre foi a mais alegre, a mais sociável, a que sempre tinha mais amigos por perto. Era ela luz onde chegava. Sempre foi a melhor irmã, a melhor filha e a melhor mãe. Ela começou a ser sombra quando iniciou o relacionamento com Arnóbio Cavalcanti. Joana passou por situações que muitas mulheres passam, como de violência patrimonial e psicológica. Foram três anos de relacionamento nos quais ela foi se isolando, foi morrendo aos poucos. O feminicida tem o rosto da Joana tatuado na coxa e, quando ela desapareceu, eu sabia que era algo muito ruim que tinha acontecido com ela. Eu tenho uma imensa gratidão de poder contar com vocês nesse momento”, afirmou Júlia.
Entre outras pessoas, também estiveram presentes à reunião a membro do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher (CEDIM) e da Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica (ABMCJ), Olga Miranda; a presidente da Associação das Mulheres Advogadas de Alagoas, Anne Caroline Fidelis, e a presidente do Centro de Defesa dos Direitos da Mulher (CDDM), Paula Lopes.
Sobre o caso
Segundo o inquérito policial, Arnóbio Henrique atraiu Joana para um encontro sob o pretexto de assinar o divórcio e negociar a pensão do filho do casal e a matou com mais de 30 facadas – a maioria no rosto – dentro do veículo da vítima, no Santo Eduardo. Após o crime, o assassino voltou para casa e para justificar o sangue alegou ter sido vítima de um assalto. Na casa do assassino, a polícia apreendeu a arma do crime.
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