A negativa de Milei ocorre ainda no momento em que o presidente argentino tenta, com dificuldade, aprovar dois pacotes de reformas que anunciou nos últimos dias.
Somados, os dois pacotes – o Decreto de Necessidade e Urgência e a “Lei Ómnibus” – somam mais de mil artigos, entre eles o que dispensa mais de 5 mil funcionários públicos, e dão mais poderes ao presidente, ao declarar estado de emergência em diversas áreas do país.
Mas o presidente argentino enfrenta resistência no Legislativo, onde seu partido tem minoria – apenas 37 dos 257 deputados e sete dos 72 senadores. Ele tem tentado pressionar aliados, e chegou a ameaçar fazer uma consulta pública para tentar aprovar os decretos.
Em paralelo, milhares de pessoas têm ido às ruas de Buenos Aires desde a semana passada em protesto contra as medidas previstas nos decretos e do chamado Plano Motosserra, o pacote fiscal com nove medidas para tentar conter a crise econômica anunciado na primeira semana de seu governo.
Na avaliação da imprensa argentina, a carta com a recusa em integrar o Brics é uma forma de Milei se concentrar na crise interna.