Política

Reforma ministerial esfria e pode pavimentar “solução interna” na Justiça

Adriano Machado/Reuters

Adriano Machado/Reuters

A perspectiva de uma reforma ministerial ampla em janeiro perdeu espaço nas conversas de bastidores no Palácio do Planalto, o que pode pavimentar uma “solução interna” para o Ministério da Justiça, avaliam fontes próximas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ouvidas pela CNN.

Embora auxiliares de Lula não se arrisquem a descartar totalmente uma reformulação na Esplanada, alguns deles afirmam que o assunto deixou de aparecer em reuniões e consultas feitas por Lula nas últimas semanas.

Essa tendência, afirmou uma fonte próxima de Lula sob reserva, vem se consolidando desde que o presidente indicou que não mexeria por hora em duas posições que impactariam indiretamente na montagem da equipe: o comando nacional do PT e a presidência da Petrobras.

No caso do PT, o presidente decidiu que Gleisi Hoffmann permanecerá no partido ao menos até as eleições deste ano. Ela era cotada para o núcleo político do governo, o que resultaria em uma possível dança das cadeiras na equipe. Na Petrobras, perderam força também as pressões pela saída de Jean Paul Prates.

O nome do atual ministro da Casa Civil, Rui Costa, chegou a circular nos bastidores como alternativa para a vaga, o que também mexeria no núcleo central do governo.

Diante desse cenário, as expectativas agora se voltam principalmente para a troca na Justiça, que Lula deverá efetivar por conta da ida de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo uma fonte próxima de Lula e da Corte ouvida pela CNN, é cada vez mais sólida a ideia de que o presidente pode optar por uma “solução interna”, mesmo que temporária. Este é o palpite também de um ministro do STF que conversou com a CNN.

Com base nessa premissa, há quem aposte na permanência de Ricardo Capelli na vaga. Já oficializado no exercício do ministério, Capelli era secretário-executivo de Dino e tem atuado com força nas crises de segurança pública atravessadas pelo governo.

O nome de Ricardo Lewandowski, que chegou a ser amplamente cotado para a Justiça, também saiu dos holofotes nos últimos dias.

Uma possibilidade, dizem pessoas próximas de Lula, é que ele adie as trocas por algum tempo. Mas dificilmente ele abandonará de vez a ideia de um ajuste no time em breve. Até porque, afirmam, o próprio presidente já avisou à equipe que está avaliando o desempenho e execução de políticas em todas as pastas.