Segundo a Polícia Civil, Julieta foi vítima de roubo, agressões e abuso sexual, e ainda teve o corpo queimado antes de ser assassinada.
A Justiça do Amazonas decretou a prisão preventiva de Thiago Agles da Silva e de Deliomara dos Anjos Santos, suspeitos da morte da artista venezuelana Julieta Hernández, no interior do Amazonas. O casal preso vai responder por latrocínio, estupro e ocultação de cadáver, segundo o delegado responsável pelo caso.
A decisão é juiz Laossy Amorim Marquezini, plantonista das Audiências de Custódia no Polo 7 – que inclui a Comarca de Presidente Figueiredo, cidade onde ocorreu o crime. A audiência de custódia dos suspeitos foi realizada no sábado (6).
A Polícia Civil afirmou que Thiago e Deliomara confessaram os crimes, mas apresentaram contradições nos depoimentos.
Conforme as investigações, Julieta foi vítima de roubo, agressões e abuso sexual. Ela ainda teve o corpo queimado antes de ser assassinada.
O juiz frisou, ainda, que os crimes supostamente praticados pelos autores denotam extrema gravidade, com requintes de crueldade, pelo que a segregação cautelar dos suspeitos é imprescindível para a garantia da ordem pública.
O magistrado ainda negou a conversão da prisão preventiva em prisão domiciliar, pedido feito pela defesa dos suspeitos.
“Não restou demonstrado que os autuados são imprescindíveis aos cuidados especiais de seus descendentes, que estão com a genitora da autuada. Além disto, não restou comprovado que os autuados estejam extremamente debilitados por motivo de doença grave”, registra a decisão.
A decisão do magistrado seguiu parecer favorável da representante do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE/AM), promotora de Justiça Inna Breves Maia Veloso. Os suspeitos foram representados na audiência por um defensor público.
“Há prova de existência dos crimes, além de fartos indícios de autoria por parte dos flagrados, haja vista as declarações colhidas na fase administrativa. Ainda que esses não sejam cabais, tampouco tenham sido submetidas ao crivo do contraditório, constituem indícios suficientes de autoria, nos moldes exigidos pelo artigo 312 do Código de Processo Penal, os quais são aptos a permitir a decretação da prisão preventiva dos autuados”, registra o Termo de Audiência.
Como o crime aconteceu
Nesta segunda-feira, a Polícia Civil também deu detalhes de como a artista foi assassinada.
“Lá tem uma varanda na frente da casa. Ela estava dormindo e por volta de 1h do dia 23, o suspeito mandou que a esposa dele fosse até a vítima e roubasse o celular. A esposa se recusou e ele então pegou uma faca na cozinha, foi até ela e exigiu o celular. Houve uma luta corporal, ele enforcou a vítima, jogou ela no chão e disse para a esposa amarrar as pernas dela. Assim ela fez”, disse o delegado.
Em seguida, segundo a polícia, o homem arrastou Julieta para dentro da casa, disse para que a esposa trancasse a casa, apagasse as luzes e começou a abusar sexualmente da mulher.
A esposa teria ligado as luzes e visto os abusos. Com ciúmes, a companheira ateou fogo nos dois.
De acordo com a polícia, o homem tentou apagar as chamas e chegou a procurar um hospital em busca de socorro. No entanto, enquanto isso, a esposa amarrou uma corda no corpo da vítima, que estava desacordada, arrastou-a para uma área de mata e a enterrou.
O casal preso suspeito de assassinar Julieta foi indiciado pelos crimes de latrocínio – roubo seguido de morte -, estupro e ocultação de cadáver.