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Duas pessoas morrem depois de forte temporal que alaga vias e afeta metrô e ônibus; Rio entra em estágio operacional 4

Esse é o quarto estágio em uma escala de cinco. Uma pessoa ainda continua desaparecida em Belford Roxo. O prefeito Eduardo Paes pediu que a população evite a Zona Norte, a região mais atingida da cidade. Há previsão de mais chuva para este domingo.

As fortes chuvas que atingiram Zona Norte do Rio e a região Metropolitana entre este sábado (13) e domingo (14) alagaram vias, afetaram a operação de linhas de ônibus e do metrô e deixaram duas pessoas mortas. Uma mulher segue desaparecida em Belford Roxo. O Hospital Ronaldo Gazolla ficou sem energia. Alguns concursos e provas marcados para este domingo foram cancelados.

O Centro de Operações Rio informou que a cidade entrou em estágio operacional número 4 — o segundo mais alto na escala de riscos. Em Niterói, o alerta é máximo.

Amadeu Queiroz/TV Globo

Rua alagada com pessoas usando bote no Jardim América, Zona Norte do Rio, após fortes chuvas

A Defesa Civil registrou mais de 30 bolsões d’água nas vias principais da cidade, 15 pontos de alagamento e cinco quedas de árvores. A Avenida Brasil ficou alagada nos dois sentidos, na altura de Irajá, e foi interditada durante a madrugada. A interdição permanecia até as 9h25 deste domingo.

Na manhã deste domingo, ainda havia registro de chuva em diversos bairros da Zona Norte, e o prefeito Eduardo Paes pediu que as pessoas evitem a região. Há previsão de mais chuva.

Segundo os bombeiros, uma mulher foi encontrada afogada dentro de casa em Acari. O corpo de bombeiros foi chamado para tentar socorrê-la às 7h25, mas já a encontraram morta. A vítima ainda não foi identificada.

Em Ricardo de Albuquerque, na Zona Norte, bombeiros encontraram o corpo de um homem que foi soterrado na rua Moraes de Pinheiro. Cães farejadores ajudaram nos trabalhos.

Uma mulher está desaparecida em Belford Roxo. O carro em que ela estava teria sido arrastado para dentro do Rio Botas, na altura do bairro Andrade Araújo. O marido, que estava com ela dentro do carro, conseguiu escapar.

Carro da Defesa Civil foi até local onde homem foi encontrado soterrado em Ricardo de Albuquerque — Foto: Reprodução/TV Globo

Ocorrências e alertas

Bombeiros atenderam a mais de 180 ocorrências relacionadas às chuvas entre a manhã de sábado e a deste domingo, em todo o território fluminense.

Ao todo, 29 sirenes foram acionadas em 16 comunidades do Rio. Os moradores foram orientados a deixarem suas casas. Os pontos de apoio já conhecidos nas comunidades foram abertos por agentes comunitários de Defesa Civil.

Em Niterói, na Região Metropolitana, a cidade entrou em alerta máximo às 2h15, e foram acionadas sirenes em oito comunidades. A Defesa Civil também recomendou que os moradores evitem deslocamentos no município.

Idoso é levado por grupo em alagamento durante chuva no Rio — Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
Chuva causou estrago e criou bolsões d’água em Madureira, na Zona Norte — Foto: Reprodução/TV Globo

O prefeito Eduardo Paes, em sua conta no X (antigo Twitter), recomendou que a população evite a Avenida Brasil e a Zona Norte da cidade no início da manhã.

“A gente teve uma situação muito crítica no limite do município com a Baixada Fluminense, uma região da cidade que está sofrendo mais. A gente pede que as pessoas colaborem. O Hospital Ronaldo Gazolla ficou sem energia. A situação é crítica ainda, mas os órgãos estão operando”, afirmou Eduardo Paes em entrevista à GloboNews.

O governador em exercício, Thiago Pampolha, também pede que a população fique em casa e diz que a situação é grave na Baixada. A Defesa Civil já recebeu mais de 60 ligações.

“Pedimos que a população, que possa, permaneça em casa. Porque o deslocamento atrapalha e cria dificuldades para ambulâncias e Corpo de Bombeiros chegaram nos pontos sensíveis. pedimos a compreensão de todos neste momento”.

 

Recomendações:

  • Adie compromissos;
  • Permaneça em local seguro!
  • Só se desloque se estiver em área de risco ou em caso de extrema necessidade;
  • Ofereça abrigo a amigos e familiares.

Linhas de ônibus fora de circulação

Por causa do alagamento na Avenida Brasil, mais de 10 linhas de ônibus estão fora de circulação:

  • 397
  • 362
  • 392
  • 388
  • 394
  • 393
  • 300
  • 665
  • 369
  • 378
  • 771

Problemas no Metrô

Quatro estações da linha 2 do Metrô foram fechadas na manhã deste domingo (14) — Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

As chuvas causaram problemas na linha 2 do Metrô: as estações Pavuna, Engenheiro Rubens Paiva, Acari Fazenda Botafogo e Coelho Neto foram temporariamente fechadas no início da manhã de domingo.

A concessionária começou a operar provisoriamente na linha 2 entre as estações Colégio e General Osório/Ipanema, na Zona Sul. As linhas 1 e 4, segundo o Metrô Rio, funcionam normalmente.

Na Supervia, a estação Oswaldo Cruz foi fechada por conta de alagamentos.

Zona Norte mais afetada

A estação meteorológica de Anchieta atingiu o acumulado de 259,2 milímetros de chuva no período de 24 horas, o recorde em toda a série histórica do Sistema Alerta Rio (desde 1997) naquela estação meteorológica. Choveu em Anchieta aproximadamente 40% a mais do que a média histórica de janeiro naquela região: em apenas um dia choveu muito mais do que era esperado para o mês inteiro: 138,4% da média de janeiro.

Outros bairros da Zona Norte, como Pavuna, Acari, Madureira e Irajá também apresentaram altos índices pluviométricos, e os rios Pavuna, Acari, Quitungo e Cachorros extravasaram. Uma base operacional da Prefeitura foi montada na Pavuna, na Zona Norte, para atender aos moradores.

Em Irajá, onde um trecho da Avenida Brasil foi interditado, o índice pluviométrico foi de 213 milímetros em 24 horas.

Chuva causou alagamento em Fazenda Botafogo, na Zona Norte — Foto: Reprodução/TV Globo

Hospital sem energia

O Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, na Zona Norte do Rio, ficou sem luz durante a madrugada de domingo. A unidade de saúde fica perto do ponto mais afetado pelas chuvas fortes que atingiram a região. Dos 447 leitos, 283 estavam ocupados na hora da chuva.

O subsolo do hospital, onde funcionam a garagem e alguns setores operacionais e de manutenção, foi inundado. A energia do prédio foi desligada por segurança e todos os aparelhos de suporte à vida passaram a operar por suas baterias próprias. Segundo a secretaria de Saúde, pacientes foram acompanhados de perto pelos profissionais de saúde.

Durante a madrugada, a Secretaria Municipal de Conservação enviou equipes e máquinas para drenar a água do subsolo e fazer a limpeza da área externa e, no meio da manhã, a energia estava restabelecida na maior parte do hospital.

Concursos adiados

Um concurso de bolsistas na área de saúde da Prefeitura do Rio, que seria realizado neste domingo, foi adiado por causa das chuvas. Uma prova da Faetec também foi adiada pelo mesmo motivo.

Batalhão inundado

As fortes chuvas inundaram as instalações do 9° BPM (Rocha Miranda), que fica no bairro de Honório Gurgel, na Zona Norte.

Os prejuízos causados pelo temporal ainda estão sendo levantados pelo comando da unidade. Um levantamento preliminar aponta que foram afetados carros estacionados, que aguardavam serviços de manutenção, carros particulares e algumas das instalações do batalhão.

Imagem do 9° BPM (Rocha Miranda), que fica no bairro de Honório Gurgel, na Zona Norte do Rio — Foto: Reprodução
Situação do 9º BPM depois que a água da chuva baixou — Foto: Reprodução

Previsão de mais chuva

Há previsão de chuva, de fraca a moderada, e céu predominantemente nublado, para este domingo.

Segundo o sistema Alerta Rio, núcleos de chuva perdem intensidade, porém, permanecem atuando de forma contínua podendo ocasionar o aumento desses acumulados de chuva.