Um professor de jiu-jítsu foi preso, nesta segunda-feira, por policiais da 27ª DP (Vicente de Carvalho), acusado de agredir e xingar a ex-mulher durante seis horas, período no qual a manteve refém em seu carro. O acusado, de 54 anos, foi encontrado em casa, no bairro Quintino Bocaiúva, na zona Norte do Rio. Ele foi denunciado pela vítima, a fisioterapeuta Adriana Freitas Barreto, de 48 anos, que conseguiu escapar se jogando do automóvel em movimento após ser espancada, mordida, enforcada, xingada e ter dedos e punhos torcidos.
— Quando eu me joguei do carro, ele não estava em alta velocidade porque já estava clareando, já devia ser umas seis horas da manhã e já tinha gente na rua. Eu abri a janela e comecei a gritar: “Socorro, socorro”. Aí um monte de gente começou a olhar. Acho que foi isso que assustou ele. Foram seis horas de tortura, de meia-noite às seis da manhã. Achei que ele ia me matar — contou Adriana.
A vítima e o suspeito foram casados por 25 anos e estão separados há um ano e meio. De acordo com a mulher, o ex-marido não aceita seus novos relacionamentos. Nesta sexta-feira, Adriana estava numa festa de amigos em Vicente de Carvalho, na Zona Norte da capital, e, segundo ela, quando viu o ex, ligou para uma pessoa para pedir que a buscasse.
O professor de jiu-jítsu, então, se aproximou da fisioterapeuta e pegou o celular das mãos dela. Pediu para que os dois conversassem. Adriana concordou. Mas, quando os dois se afastaram, o comportamento dele mudou. De acordo com a mulher, o ex- marido a jogou no chão e começou a agredir com chutes e pontapés.
Adriana contou que foi colocada no carro, que seguiu para a Região Serrana. Ele parou num motel em Teresópolis, segundo o relato da vítima, e tentou estuprá-la. Depois, ainda de acordo com a vítima, o acusado decidiu voltar para o Rio. Na altura de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, ela aproveitou que o carro estava desacelerando e se jogou no asfalto. Adriana foi socorrida por frentistas de um posto de gasolina próximo.
— Era estrada de serra, então não tinha ninguém, não tinha nem onde eu me abrigar. Então, quando comecei a ver movimentação de gente, eu gritei socorro. Acho que ele se assustou, (ficou com medo) de alguém ir atrás dele, e foi diminuindo a velocidade. Aí eu saltei do carro e fui direto no posto. E foi a única oportunidade que eu tive de correr — disse ela.
A fisioterapeuta já tinha uma medida protetiva contra o ex-marido, obtida no ano passado após ele ter invadido seu apartamento, tentar roubar seu celular duas vezes e também espancá-la. Os dois moram no mesmo condomínio e ela alegou temer novas agressões.
Na manhã desta segunda-feira, Adriana passa por exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML), no Centro do Rio. As marcas das agressões continuam em seu rosto e sem seu corpo. A fisioterapeuta afirmou que tem recebido o amparo da família e de amigos.
— Eles estão comigo, graças a Deus.