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Dragões da Real e Acadêmicos do Tatuapé marcam 1º dia do Carnaval em SP; Rosas de Ouro traz Rita Lee

Felipe Araújo/Liga-SP

Felipe Araújo/Liga-SP

O primeiro dia de desfiles do Carnaval 2024 em São Paulo foi dominado pelas escolas de samba Dragões da Real e Acadêmicos do Tatuapé, que encantaram espectadores presentes na avenida e telespectadores da folia. Com início na sexta-feira, 9, o primeiro dia de desfiles do Grupo Especial teve a apresentação de sete escolas. A primeira foi Camisa Verde e Branco, que voltou à avenida no pelotão especial 12 anos depois, com samba-enredo “Adenla – O Imperador nas terras do Rei”.

Com celebração à cultura africana e homenagem ao ex-jogador Adriano Imperador, que desfilou junto à agremiação, a escola trouxe personagens como Oxóssi, Piye, o imperador Mansa Musa como exemplos de resistência negra. Um susto, no entanto, foi visto na ala das baianas, onde uma participante desmaiou durante o desfile. Na sequência, a escola Barroca Zona Sul relembrou os mais de 50 anos da agremiação, em uma homenagem ao jubileu de ouro. “Nós nascemos e crescemos no meio de gente bamba. Por isso que nós somos a Faculdade do Samba. 50 anos de Barroca Zona Sul”, diz o enredo da Verde e Rosa.

Como grande destaque da noite, a escola Dragões da Real – vinculada ao São Paulo Futebol Clube – trouxe o tema do samba-enredo sendo: “África: uma constelação de reis e rainhas”, assinado pelo carnavalesco Jorge Freitas, que aborda uma lenda de que todo rei e rainha da África vira uma estrela quando morre. “É o povo, é o gueto a força do meu cantar, tambores vão ecoar, Dragões! Vai ter Quizomba, luz que emana, canta o guerreiro, alma africana”, diz trecho do samba-enredo.

Entre os pontos altos do desfile, está a comissão de frente, o tom monocromático que remete ao luxo e ao abre-alas, intitulado como “Tributo à Savana”. Nas redes sociais, internautas elegem as melhores agremiações e apontam a Dragões como favorita. Em contrapartida, um ponto de atenção do desfile aconteceu na terceira alegoria, quando um drone – com origem não identificada – ficou enroscado em um carro.

Também vinculada ao Tricolor de São Paulo, a escola Independente bebeu na mesma fonte a irmã e trouxe como enredo “Agojie, a Lâmina da Liberdade!”, do carnavalesco Amauri Santos, que trouxe um exército de mulheres pretas para a avenida. O destaque da agremiação ficou por conta da comissão de frente e da harmonia, mas falhas no andamento foram vistas no desfile de pouco mais de 1h.

Para acirrar a briga pela vitória, Acadêmicos do Tatuapé voltou à avenida exaltando a cultura e as riquezas da cidade baiana Mata de São João. Entre os pontos altos do desfile, o abre-alas; o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Diego e Jussara; e o canto inigualável da agremiação são destaques. Com enredo “Uma Joia da Bahia – Símbolo de Preservação! Viva a Mata de São João”, a escola também trouxe bandeirinhas de festa junina e comissão de frente em destaque.

A produção agrícola no Brasil foi o enredo da Mancha Verde, que homenageou o agro:”Do nosso solo para o mundo: o campo que preserva, o campo que produz, o campo que alimenta”. Com apoio da torcida palmeirense, a escola de samba apresentou um desfile colorido, com destaque para alas dedicadas à soja, ao café e pecuária, e para o último carro, que representava a Santa Ceia.

Bicampeã do Carnaval de São Paulo, com títulos de 2019 e 2022, a Mancha busca neste ano evitar o ocorrido do ano passado, quando chegou próximo ao título, mas acabou perdendo de 0,1 ponto para a Mocidade Alegre – que desfila neste sábado, 10. Clubismo à parte da torcida, internautas elegem a escola da rainha Viviane Araújo como elegível para a briga do título, ainda que não desponte como a favorita. Afastado do desfile após ser diagnosticado com dengue na última segunda-feira, 5, o primeiro mestre-sala da Mancha Verde, Marcelo Luiz, compareceu à avenida mesmo substituído.

Para encerrar a primeira noite de desfile, a Rosas de Ouro trouxe para o Sambódromo do Anhembi uma homenagem ao parque Ibirapuera, com o samba-enredo “Ibira 70 -A Rosas de Ouro é São Paulo no Carnaval 2024”. “Escola está muito unida, estamos muto felizes, a energia na quadra.

Isso ensinou e melhorou a nossa energia”, disse a rainha da bateria Ana Beatriz Godói, ao comentar sobre o desempenho da escola no ano passado, quando se livrou do rebaixamento por 0,1 ponto. Em busca do sexto título no Grupo Especial de São Paulo, a escola trouxe entre os destaques uma comissão de frente com homenagem à Rita Lee – cantora que morreu em maio do ano passado e foi velada no parque paulistano. Pontos altos também envolvendo um carro com ciclistas, uma representação do planetário do Ibirapuera e a tradicional ala das baianas, desta vez, com asas.