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No São Paulo, Carpini revê 1º clube onde fez teste, encantou ex-seleção e arrancou piada: ‘Era muito bonito para jogar aqui’

Rubens Chiri / saopaulofc

Rubens Chiri/São Paulo Futebol Clube

Menos de uma semana depois de conquistar o primeiro título da carreira como técnico – o da Supercopa do Brasil, sobre o Palmeiras –, Thiago Carpini tem um reencontro marcado com o passado, no local em que deu os primeiros passos para ser o que é hoje.

Neste sábado (10), pela 7ª rodada do Campeonato Paulista, o São Paulo de Carpini vai até Campinas enfrentar a Ponte Preta, às 18h (de Brasília), no Estádio Moisés Lucarelli, onde o agora treinador tricolor ganhou projeção no futebol de alto nível.

Nascido em Valinhos, cidade a 10 km de Campinas, Carpini desembarcou no Majestoso em 2006 para um período de testes na Ponte Preta. Aos 22 anos, o então volante ganhou a aprovação de Oswaldo Alvarez, o Vadão, que seria técnico da seleção brasileira feminina uma década depois, e assinou contrato para ficar em definitivo.

“Ele chegou para uma avaliação e ficou sendo observado por um tempo até ser contratado”, conta Luciano Baiano, ex-lateral-direito daquele elenco da Macaca e, portanto, companheiro de Carpini à época. “Eu era muito próximo a ele, tentava ajudá-lo dando conselhos, pois já era um jogador experiente, que conhecia muito bem como funcionava a Ponte Preta”.

Luciano Baiano, que havia chegado à Ponte quatro anos antes depois de passar pelo Flamengo, foi até quem ajudou Carpini a se consolidar no clube alvinegro.

“Eu tinha muito prestígio com o Vadão e falava muito sobre ele (Carpini), para que ele tivesse uma oportunidade de permanecer com a gente. E deu certo”, relembra o ex-lateral, que é só elogios ao ex-companheiro.

“Era uma pessoa muito simples, que queria alcançar seus objetivos. Infelizmente as lesões atrapalharam para que tivesse uma carreira de jogador mais consistente”, completou.

Carpini estreou como jogador da Macaca em maio de 2006 e permaneceu por quase um ano, até abril de 2007, quando teve a chance de se transferir para o Atlético-MG. Na breve, porém importante, passagem pelo clube, o volante pôde disputar a primeira divisão do Campeonato Brasileiro e ter contato com nomes que mais tarde despontariam no cenário nacional.

É o caso de Aranha, ex-goleiro que defendeu o Galo também, além de Santos e Palmeiras. Aposentado desde 2018, ele só tem palavras boas para descrever o convívio com Carpini, além de revelar uma brincadeira com o hoje treinador.

“A gente brincava que ele era muito bonito para jogar na Ponte (risos)”, lembrou Aranha. “A gente percebia logo de cara que ele era diferente dos demais jogadores. Sempre muito educado, muito tranquilo, bom papo, entrosava fácil. Não era da bagunça, mas sempre amigo da galera. Muito educado, muito refinado, mas era o jeito dele. Um cara muito legal, bacana, muito honesto”, elogiou.

A carreira de Carpini seguiu fora da Ponte. Passou, entre outros vários clubes, por América-RN, Bahia, CRAC-GO e Guarani, rival da Ponte Preta, seu time de infância e onde passou a atuar como zagueiro. Pendurou as chuteiras em 2017, pela Caldense, como companheiro de elenco de Wellington Rato.

Aranha lembra com carinho da convivência com o ex-companheiro. Embora fosse difícil imaginar que sua vida o levaria à carreira de técnico, o ex-goleiro faz questão de apontar que a personalidade e as virtudes que Carpini hoje apresenta no São Paulo eram perceptíveis no dia a dia da Ponte.

“Só tenho boas lembranças dele. O Carpini sempre foi esse cara, visionário no sentido de que o que ele está produzindo hoje como treinador já era visto como jogador. Um cara inteligente, tranquilo, agregador, que conquista o grupo muito fácil”.

Escolhido para substituir Dorival Júnior, que assumiu a seleção brasileira, Carpini completará um mês de São Paulo no próximo domingo (11). Até aqui, são seis jogos, com quatro vitórias e dois empates, um deles na Supercopa do Brasil conquistada sobre o rival Palmeiras. Seu contrato vai até dezembro.