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Suspeita de venda irregular de ingressos, irmã de Léo Moura também responde por golpe em jogador do Fluminense

Renato Augusto chegou ao Fluminense para a temporada de 2024 — Foto: Lucas Merçon/Fluminense

Atualmente investigada pela Polícia Civil por suspeita de venda de ingressos para camarotes da Marques de Sapucaí que jamais eram entregues, Lívia da Silva Moura já responde na Justiça por outros dois casos de estelionato. No último dia 30 de janeiro, o juízo da 5ª Vara Criminal da capital decretou à revelia de Lívia em um processo em que ela é acusada de furtar e assinar cheques do jogador de futebol Renato Augusto, atualmente no Fluminense — ou seja, ação continuará correndo mesmo sem o comparecimento da acusada às audiências. Ela é irmã do ex- jogador Léo Moura, que nada tem a ver com os golpes e não é alvo de qualquer investigação policial.

A decisão da Justiça foi tomada após a irmã do ex-jogador, apesar de intimada, faltar a uma audiência. O caso que originou a investigação teria acontecido em 2016. Segundo o processo, Lívia e outras duas pessoas seriam responsáveis, na época, por contratar shows de cantores para comemorar o primeiro ano do casamento de Renato Augusto com Fernanda Klane . Lívia teria recebido valores por transferências bancárias do jogador para contratação de cinco artistas.

Segundo processo, ela teria deixado de repassar dinheiro a pelo menos dois deles, furtando dois cheques do jogador para cobrir os valores cobrados. Após falsificar a assinatura de Renato Augusto, ela preencheu um cheque de R$ 100 mil e outro de R$ 50 mil. Como os cheques voltaram, a vítima soube do golpe e fez o pagamento devido aos cantores.

Lívia prestou depoimento à polícia e admitiu o furto dos cheques. Na época, ela alegou que isso aconteceu por conta de uma divergência dos valores cobrados. Na ocasião, Lívia disse que inicialmente teria sido informada de que o valor do show de um cantor era de R$ 40 mil, mas posteriormente teria sido avisada do custo de R$ 100 mil, por uma funcionária do artista. Já outro artista teria cobrado R$ 50 mil e não R$ 40 mil, como teria sido avisado anteriormente. Assim, os cheques furtados teriam sido assinados por ela nos valores de R$ 100 mil e R$ 50 mil, respectivamente.

Nesta segunda-feira, Lívia prestou novo depoimento, na 19ªDP ( Tijuca).Neste caso, ela é investigada por agentes da delegacia por suspeita de estar envolvida na venda de falsos ingressos para um camarote da Marques de Sapucaí. Segundo o RJ TV, pelo menos 24 pessoas procuraram a unidade policial alegando ter comprado de Lívia, pelo preço de R$ 4,5 mil, bilhetes duplos que jamais foram entregues.

A polícia não divulgou o teor do depoimento de Livia. Após ser ouvida, ela foi liberada já que não havia flagrante ou mandado de prisão em nome da suspeita. Segundo denúncias feitas por vítimas, Lívia chegou a fazer vídeo chamadas da área de credenciamento dos camarotes para conferir credibilidade ao golpe. As vendas dos ingressos oferecidos por ele seriam para desfiles de escolas do Grupo Especial, de domingo, de segunda-feira e ainda para os Desfiles das Campeãs.

Em 2022, a irmã de Léo Moura chegou a ter a prisão preventiva decretada. Na ocasião, uma investigação concluiu que ela fez passar-se por representantes dos organizadores do Rock in Rio para vender ingressos falsos. No dia 15 de dezembro último, o juízo especial do torcedor e dos grandes eventos, responsável pela tramitação do processo de estelionato que Lívia responde, atendeu pedido da defesa e converteu a preventiva da suspeita em domiciliar. O benefício foi condicionado a obrigatoriedade do uso de tornozeleira eletrônica. Segundo informação do RJTV, ela nunca apareceu para colocar o monitoramento eletrônico. O Globo não conseguiu contato com a defesa de Lívia da Silva Moura.